31.5.07

Chaplin e a comunicação visual


Nascido em Londres, 1899 e morto por causas naturais em 1977 na Suíça, Charles Chaplin, um dos primeiros gênios do cinema tem uma filmografia repleta de clássicos e inovações para a sétima arte.De curtas cômicos a longas-metragens geniais, Chaplin firmou-se nas Artes Visuais.
Começou em teatros londrinos, fazendo stand-up comedy imitando bêbados e vagabundos e como era muito pobre, tinha como referência pessoas próximas a ele, desde amigos a conhecidos da comunidade.Isso o que o diferencia de outros.
No cinema mudo, a expressão contava muito, mais expressões exageradas e teatrais do que claro, entonação, e Chaplin conseguia transmitir emoção num simples movimento de ombros, ora expressando vergonha, timidez, ora se desculpando ou sendo até conquistador, desejando sempre alguma mocinha bela e oprimida de seus filmes.
Sinal disso é que com o cinema falado, muitas atrizes perderam seus empregos por não saberem atuar e cantar.
Chaplin sempre filmou sob cenários de pobreza, sempre fazendo um ótimo contraste humorístico com a elite, isso porque desde seus curtas iniciais, Shoulder Arms (1918), por exemplo, até O Grande Ditador (1940) o mundo vivia a Primeira Guerra Mundial, passando pela Grande Depressão Americana e Segunda Guerra Mundial, respectivamente.
Ao invés da classe, a pobreza.Ao invés do belo, o grotesco, que é “o belo de cabeça para baixo – é uma espécie de catástrofe do gosto clássico... Passando do caricatural arlequim, ganha muito depois os picadeiros dos circos na forma do palhaço e atinge instantes extraordinários da cinematografia, na pele do vagabundo Carlitos”.
Chaplin pertence a essa linhagem de artistas, que nos faz ver duplamente o real.Como um fantoche, o público assiste ao vilão aproximar-se ameaçadoramente do herói, sem que este perceba o perigo.O espectador vê alguém não ver alguma coisa e, assim, vê duplamente.Nos filmes de Chaplin, o público vê Carlitos não ver aquilo que o ameaça, e por isso conscientiza-se rindo, de sua alienação.
Chaplin força a ver: dentro de ações caóticas, através do grotesco-crítico, leva a consciência o choque da verdade por trás da hipocrisia.Seja aprontando com figuras ricas que destroem valores com a acumulação de capital ou na impiedade das relações de trabalho no mundo contemporâneo.


Bibliografia
Sodré, Muniz e Paiva, Raquel. O Império do Grotesco.Maudad 2002.

29.5.07

Às vezes eu me odeio muito.
É um ódio, claro, pessoal, muito pessoal.
Quem vive muito comigo, sabe que sou uma pessoa
amarga, minimalista, defensiva, desconfiada, tímida, uma pessoa, que
diferente de muitas, vivo sob meu código de ética.
Isso reflete nos meus sentimentos,meu inconsciente, meu psicológico.
Esse post pode ser uma confissão, regada as minhas antigas e cegas raízes
católicas, como pode ser o desmacarar de um segredo.
Eu encaro com superficialidade o profundo de uma pessoa.
Se alguém não me agrada, essa pessoa não me agrada.Ponto final.
Logo, começo a pensar coisas desagradáveis dessa pessoa, chego até a
afirmar comigo mesmo que ela me dá ansia de vômito e é o motivo de toda
desgraça do meu dia ser tão ruim, desde o momento que acordo até o momento que eu fecho meus olhos, só para acordar no dia seguinte meio vazio, para ser preenchido com tristeza, amargura.
Por ser sozinho, carente, desiludido, eu culpo as pessoas erradas.
Somente eu sou o culpado.
Além de agarrar o comodismo, fico paralisado e covarde em muitas
situações.
Sim, sou uma pessoa fraca e má.
Anos atrás percebi como mudei de forma totalmente inesperada, me guiava
pelas emoções dos outros, refletia e pensava sobre; observava tudo e todos
ao meu redor, tentando compreender o meu mundo através de um espelho.
Hoje, estou paralisado como um anjo exterminador.
Que sacrifica todos ao redor apenas porque não consegue o que quer.
Mas o que eu quero afinal, nem eu sei.
Hoje não consigo mudar, mas tentarei.
Prometo.

25.5.07

22.5.07

Heroes - Volume Um


Terminou ontem nos EUA o primeiro volume (ou primeira temporada) de Heroes, uma
das séries de mais audiência do último ano, que chegou a desbancar Lost.
Heroes conta a história de diversas pessoas que descobrem poderes incríveis e precisam
salvar NY de uma bomba atômica.Mas tem gente querendo que a bomba exploda.

Copiando fórmulas básicas de super-heróis (X-Men, grande exemplo), Heroes se sobressai por ser uma série.Basicamente isso.
Com muito suspense (a la Lost), o seriado prende sua atenção e explora mais essa linha de heróis modernos, até melhor que a trilogia de filmes dos mutantes da Marvel, sem poupar efeitos especiais que ajudaram mais no sucesso da série, sem falar em personagens interessantíssimos (Peter Petrelli,Mathew Parkman) e cativantes (o excelente Hiro Nakamura).

Sinceramente, esperava mais do último episódio da série intitulado "How to Stop an Exploding Man ?", mas mesmo assim foi bom!
Regado de clichês e surpresas emocionantes, o primeiro volume de Heroes terminou de foma
rápida e surpreendente, assim como sempre foi, e ficou um gostinho de quero mais!

Heroes passa toda sexta-feira as 21h00hrs no Universal Channel, tem estréia
prevista para final do ano na Record, e o segundo volume, ainda sem data nos Eua.
Baixe toda a primeira temporada aqui.

###Falando em Seasons Finales, o último episódio da terceira temporada de LOST, com DUAS horas de duração, vai ao ar amanhã!Prepare o seu coração!###

10.5.07

Bom Dia e Cia Palestino

Saiu hoje um video com um programa infantil palestino onde o personagem
Mickey Mouse ensina a glória de Alá, a honra de ser palestino, o bom uso de um AK-47,
entre outras coisas.
Mickey é acompanhado de uma garotinha que recebe ligações de crianças
que cantam sobre morte de judeus, resistência e sacrifício para glorificação no dia
da Ressurreição.

Se o vídeo do bambu do Silvio Santos é o melhor de 2006, Mickey Palestino
é o melhor de 2007.
Ele é muito atual, globalizado e educativo.
Nos leva a crer num futuro mais caótico e violento, um vídeo obscuro, forte,
irônico e muito espantoso.

Diferente dos nossos programas infantis onde ganham audiência com prêmios e
desenhos sempre com a mensagem "bem versus mal", o Clube do Mickey Palestino
ensina crianças a não se renderem a ameaças judias e americanas, sempre reforçando
a resistência e a força para a glória de Alá, os convidando para uma guerra eminente, a participar dessa luta clássica entre bem e mal.
Ameaças a Bush e sua Condoleza também estão no vídeo, assim como ameças a políticos
judeus.

"Nós estamos aqui para liderar o mundo."
Diz a apresentadora do programa.

Como sempre digo, é sempre uma questão de imagem, como mostra claramente
esse vídeo com incrível - porém obscura - genialidade.



Veja o vídeo aqui.

4.5.07

Melhores Filmes de 2006


Machuca (Idem,dir. Andrés Wood)
Drama chileno sobre a influência da Ditadura Militar na amizade entre
dois garotos com situações financeiras diferentes.Comovente sem ser piegas.



A Era do Gelo 2 (Ice Age: The Meltdown, dir. Carlos Saldanha)
Divertido, com boas sacadas!


O Mundo de Leland (The United States of Leland, dir.Matthew Ryan Hoge)Como acabar com a tristeza dos outros de forma simples.


O Exorcismo de Emily Rose (The Exorcism of Emily Rose, dir.Scott Derrickson)Incrível suspense baseado em fatos reais com um final surpreendente.


O Sol de Cada Manhã, O Homem do Tempo (The Weather Man, dir.Gore Verbinski)Filosofias de um mundo moderno e cruel.


A Passagem (Stay, dir. Marc Forster)
O diretor cria imagens alucinantes e distorcidas para um suspense
psicológico e sobrenatural.


O Segredo de Brokeback Mountain (Brokeback Mountain, dir. Ang Lee)
Com fotografias excelentes, trilha e atuações ótimas,Brokeback é o melhor
romance da atualidade.


Match Point - Ponto Final (Match Point, dir. Woody Allen)
Num suspense dramático baseado em "Crime e Castigo", Woody Allen está inspirado.


X-Men: O Confronto Final (X-Men: The Last Stand, dir. Brett Ratner)
A Batalha final entre os X-Men, Magneto e os humanos, num desfecho incrível.


Querida Wendy (Dear Wendy, dir. Thomas Vinterberg)
Escrito por Lars Von Trier (Dogville), filme conta a história dos Dandies,
grupo de adolescentes pacifistas apaixonados por armas de fogo.
Embalado numa trilha excelente.


Johnny e June (Walk the Line, dir. James Mangold)
O interessantíssimo romance entre Johnny Cash e June Carter.


Medo (Janghwa, Hongryeon, dir.Ji-woon Kim)
Lançado apenas no ano passado, o diretor cria um atmosfera bonita, com
linda fotografia e boa trilha sonora para um terror psicológico incrível.


Transamérica (Transamerica, dir. Duncan Tucker)
Felicity Huffman está ótima como um transexual que descobre que tem um filho,
um adolescente rebelde.


O Libertino (The Libertine, dir.Laurence Dunmore)
Um elenco FODA pra contar a história do poeta bêbado e depravado John Wilmot.


V de Vingança (V for Vendetta, dir.James McTeigue)
Um grande filme sobre resistência.


A Lula e a Baleia (The Squid and The Whale, dir. Noah Baumbach)
Um drama de humor negro sobre a separação de um casal, o que afeta muito
seus dois filhos.


Estrela Solitária (Don't Come Knocking, dir. Wim Wenders)
Wim Wenders volta com a história de Paris,Texas sobre um pai em busca
de um filho.Genial!


Caché (Idem, dir.Michael Haneke)
Voyeur pertubador e sombrio.Excelente!


O Corte (Le Couperet, dir. Costa-Gravas)
Desempregado encontra uma forma muito original e sombria para acabar
com seus concorrentes.


Bubble (Idem, dir. Steven Sodenbergh)
Todos nós temos uma Martha dentro de nós.


O Diabo Veste Prada (The Devil Wears Prada, dir. David Frankel)
Comédia divertidíssima e inteligente sobre moda.


O Homem-Urso (Grizzly Man, dir. Werner Herzog)
Documentário sobre a louca paixão de Timothy Treadwell por ursos, que acabou sendo
devorado por eles.


Os Sem-Florestas (Over the Hedge, dir.Tim Johnson e Karey Kirkpatrick)
Com uma história simples, filme diverte todos!


Napoleon Dynamite (Idem, Dir. Jared Hess)
Apesar de ser de 2004, essa comédia hiláriante só chegou no Brasil ano passado.


Pequena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine, dir.Jonathan Dayton e Valerie Faris)
Um road-movie de humor negro e emocionante.Excelente !


Eu, você e todos nós (Me, You and Everyone we Know, dir. Miranda July)
Surpreendente e único!


Piratas do Caribe : O Baú da Morte (Pirates of the Caribbean: Dead Man's Chest, dir. Gore Verbinski)
Blockbuster de primeira, excelente filme pipoca!


Os Infiltrados (The Departed, dir.Martin Scorsese)
Vencedor do Oscar não é o melhor filme do diretor, mas continua em alta!


Crime Ferpeito (Crime Ferpecto, dir.Álex de la Iglesia)
Ótima comédia de situações!


No Direction Home : Bob Dylan (Idem, dir. Martin Scorsese)
Esse filme não é de 2006, mas precisa ser citado.Excelente !


Volver (idem, dir. Pedro Almodovar)
Situações incríveis acontecem também com gente comum.Excelente!


Mais Estranho que a Ficção (Stranger than Fiction, dir. Marc Forster)
Originalidade um filme auto-irônico.
Grande elenco!


Café da Manhã em Plutão (Breakfast on the Pluto, dir. Neil Jordan)
As aventuras de um travesti a procura da mãe nos anos 70.Delicioso!


Maria Antonieta (Marie Antoinette, dir. Sofia Coppola)
Uma mulher perdida no próprio mundo, com vestidos em forma de doce e uma trilha pop fantástica.Excelente!



Cinema, Aspirinas e Urubus (Idem, dir. Marcelo Gomes)
O último grande filme nacional.


A Rainha (The Queen, dir. Stephen Frears)
"... qual é mesmo o nome daquela coisa
esquisita de que vocês ingles brincam?
- Humm... críquete? Autodepreciação?
- Democracia parlamentar."*
*Diálogo tirado do livro Praticamente Inofensiva, exemplifica muito o filme.


Shortbus (Idem, dir. John Cameron Mitchel)
Prazer total.


Borat (Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan, dir. Larry Charles)
O jornalista Borat vai aos EUA para aprender boas maneiras e grandiosas lições
de vida para o Cazaquistão.Excelente !



Filhos da Esperança (Children of Men, dir.Alfonso Cuarón)
Magnífico trabalho de direção, roteiro maravilhoso, ótimas sequências de ação.
Uma boa visão pessimista para o futuro.


O Labirinto do Fauno (El Labirinto del Fauno, dir. Guillermo del Toro)
Incrível filme sobre a guerra civil espanhola da déc. de 40, envolto num
mundo de fantasia maravilhoso e também cruel.Excelente.

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