15.11.10

Aos cuidados de



Não há nada melhor do que uma carta para você se lembrar do passado. Assim como uma figura animalesca cravada numa pedra, uma carta, marcas e rabiscos feitos em papeis eternizadas pela tinta de uma caneta simples, uma bico de pena especial ou um por um grafite que deixará as letras mais fracas depois de um tempo. Como um louco pelo passado e por deixar marcas, amo as cartas. Principalmente em tempos distantes em que vivemos. A ideia de alguém te deixar algo como uma despedida, a descrição de um dia e até um “feliz natal” me gratifica muito. Alguém pensou em você e esse pensamento ficou registrado num pedaço de papel.

Reencontrei algumas cartas hoje. De pessoas que significaram muito para mim e que não vejo mais e quando leio nem consigo me lembrar de suas vozes. Saudade é uma das poucas coisas que eu sinto: pessoas, lugares, momentos... até das coisas que não vi e não fiz.

Os pedaços de papéis amarelados me fizeram lembrar das pessoas especiais com quem vivi por um tempo e como sinto falta de tudo aquilo. Tento pensar que estou melhor hoje, mas não. Nem melhor, nem pior. Continuo o mesmo. Sinto falta de alguém para conversar. Alguém que realmente me conheça. E são só três pessoas.Todas estão longe e não convivo mais com elas faz um bom tempo. Acho que é isso que é ser sozinho: estar cercado de pessoas, mas nenhuma delas te conhece.

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