tag:blogger.com,1999:blog-65815952024-03-05T19:31:55.374-03:00Adaptations: The Complete Series 2004 - 2024Só o empirismo e a necessidade salvam! Adaptação. Sempre.Unknownnoreply@blogger.comBlogger378125tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-25253195096597369412024-02-15T21:00:00.002-03:002024-02-15T21:00:06.860-03:00byeUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-30598160806980733802023-08-29T17:58:00.004-03:002023-08-29T17:58:48.240-03:00Estar até não estarmos.Às vezes é só preciso estar. Estar até não estarmos. Como uma estrela a 13 bilhões de anos de distância. Como uma estrela que vemos, contamos com o dedo e não existe mais.
Estar no centro da cidade mais movimentada e cheia de um país já superlotado.
Estar aglomerado com milhares de desconhecidos e desencontros únicos com Luiz Gonzaga Jr. nos meus ouvidos com as pernas no mundo.
Só preciso estar.
O presente e o futuro.
Dias frios e dias quentes. Dias sim, noites também.
Insônia. Quartos abafados quatro patas nas minhas costas.
Uma caricatura de agora pausa o momento.
Eh preciso estar.
Estar com consciência de crise.
Estar com fome de dopamina e sede de nada.
Estar só. Acompanhando. Bem acompanhado.
Estar off. Desligado em telas e em telas e em telas e em telinhas e em luzes azuis hipnotizantes que contam histórias inventadas de super-homens em colantes coloridos. E na real? Existe uma realidade? Imagino que não. Então narro o que vejo e sinto.
Estar ao redor dos outros não centralizado na minha própria rotação sem que a agulha me alcance. Linhas tortas e riscadas. Nada reto. Sem retorno. Apenas o absoluto. E estar. Silêncio. No hay nada. A gravidade fecha meus olhos. Ser e estar num mesmo verbo. Verbo que obriga uma ação, um processo, um estado. Um estado de estar e ser. Sendo. E um vento gelado estapeia minha cara. À margem vejo cenas de Reichenbach ripadas de uma vida de videoteipe mofada e o verbo vira palavra que vira um texto que vira um roteiro que vira um filme que vira uma memória que foi que vira saudade que vira mais nada e termina aí. Continua.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-26270161428339590972023-06-19T16:10:00.002-03:002023-06-19T16:10:21.338-03:00SinfonIA do vazioAs horas passam em um ritmo indolente, arrastando-se em uma rotina tediosa que me sufoca. A vida, como um incessante e enfadonho relógio, parece ter perdido toda a sua cor e vitalidade. Sou um artista sem inspiração, incapaz de criar e transpor para o mundo minhas emoções mais profundas.
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A monotonia cotidiana é um fardo pesado que carrego, corroendo lentamente minha alma inquieta. Cada dia é uma cópia pálida do anterior, como se o universo conspirasse para me manter em uma prisão de tédio insuportável. A luta pela sobrevivência se transformou em um vazio sem sentido, no qual me afogo diariamente.
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No trabalho, sou um mero espectador, um autômato que realiza tarefas sem qualquer propósito. Minha mente vagueia em um mar de desinteresse, e cada segundo se arrasta como uma eternidade. Meus colegas de trabalho, com suas conversas vazias e suas preocupações mundanas, parecem habitar um universo paralelo distante do meu.
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A tristeza se alojou em meu coração como um hóspede indesejado, consumindo minhas esperanças e sonhos. O prazer que antes encontrava nas coisas simples da vida se dissipou, deixando apenas uma névoa sombria em seu lugar. Não tenho mais vontade de encontrar pessoas, de sair de casa e me envolver com o mundo. Tudo o que desejo é me isolar, me perder em meu próprio abismo de melancolia.
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A alienação parece ser a única resposta para minha desolação. As palavras e cores que costumavam me cativar se tornaram cinzentas e vazias. A luz que iluminava minha imaginação se apagou, deixando-me em um estado de letargia e desespero. Meu coração se recusa a bater com o entusiasmo e a paixão de outrora.
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E assim, aqui estou eu, perdido em um mar de tristeza e apatia, sem um farol para me guiar de volta à costa. Anseio por uma chama que incendeie minha alma novamente, que me impulsione para além da desolação e me leve a explorar novas fronteiras da existência. Até então, permaneço cativo nesta prisão da mente, sonhando com a possibilidade de um renascimento interior, esperando que a vida me surpreenda com sua magia perdida.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-10101406472630556152022-07-11T16:25:00.001-03:002022-07-11T16:25:36.124-03:00Antes de eu recomeçar a dançarMesmo morto você continua a me proporcionar experiências novas. Nunca tinha chorado numa pista de dança, nem sentido saudades enquanto dançava. A escuridão alternada rapidamente com luzes brilhantes misturada à uma fumaça cheirosa que embala os corpos presentes, felizes e embriagados. E a música... ah, a música. Aquelas que penetravam nossos corpos e mentes e nos eletrizavam. Ombrinhos. Buzuzu. Memórias. Danças inacabadas. Olhos embaçados. Espelhos reais em banheiros nojentos. E agora nunca mais dançarei com você. Estalam-se os dedos e desaparecemos por completo.
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A ignorância da morte é o que nos mantém sãos ao longo de nossas vidas cotidianas? Seria o oposto o que nos levaria à insanidade? Atentar-se aos sinais da brevidade da vida poderia finalmente colocar fim à ansiedade esfomeada da consciência?
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Eu só vejo saída para tristeza se houver música, seja ela qual for, aquela vontade de dançar contida no seu corpo, um arrepio que toma conta do seu corpo, conto que isso poderá nos salvar.
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Foi estranho voltar a dançar numa sala cheia depois de 3 anos de algo que apelidamos de "distância social". Feliz, triste, feliz de novo. Você fez e faz muita falta, isso é verdade. Mas sozinho não estou. O "apesar de tudo" que realmente conforta e se faz "tudo". Não tenho do que reclamar, fato. Alguém me conduz para fora da escuridão antes de eu recomeçar a dançar sozinho.
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<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgU4ygaNX0QueyL5yH6hwesSRZW-wjLZEJSDposNsqos0xK1hcbvIjOT5b90OzH1fM52l2U4ZDJ9t4lyWeuDkY3Qq7x2GIN-1KOFQbBxjC_dnmYnMoG5ve1HUyAYKVtr0ujjXsHJ__yc1rkhSNE2ii5HsP_c4s6uwLtHnGm5R_SjYj-bo5Eioc/s1920/4246543334_2911e952b2_o.JPG" style="clear: left; display: block; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="1920" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgU4ygaNX0QueyL5yH6hwesSRZW-wjLZEJSDposNsqos0xK1hcbvIjOT5b90OzH1fM52l2U4ZDJ9t4lyWeuDkY3Qq7x2GIN-1KOFQbBxjC_dnmYnMoG5ve1HUyAYKVtr0ujjXsHJ__yc1rkhSNE2ii5HsP_c4s6uwLtHnGm5R_SjYj-bo5Eioc/w320-h400/4246543334_2911e952b2_o.JPG" width="320" /></a></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-36659514586012261512021-09-28T12:51:00.002-03:002021-09-28T12:52:55.622-03:00Erosão<p>Incapacidade. Incompetência. Inércia. Incompleto.<br />Sinto minha vida sem mim.<br />O frio no esôfago é diário.<br />Ele sobe pelo meu pescoço, agarra minha respiração e sufoca o que eu gostaria de fazer. Qualquer coisa. Não há moção, vontade, emoção. Não há nada neste tudo borbulhante. O frio do esôfago cristaliza-se em olhos marejados. A tristeza bate como uma onda avança numa rocha fincada nas areias do tempo.<br />Uma rocha como eu.<br />Uma rocha inerte. Desfazendo-se aos poucos pela erosão que a água traz.<br />Incapaz. Incompetente. Sem valia. Inerte. Incompleto. Rodeado sem saída.</p><p><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqy8tOdOIaq5mHw2u4zmgDoKnulE4cEUSFMiGHx5T6PilQ1LuEjLW_KGWOM_stRKHubDjwMhyphenhyphenRmne9VJgcPCmJ_9wlgWOCB6QSwBAyN6yyqAxFMqvEXlQK7i2fgCoTukbcXoWjxQ/s2048/127617.jpeg" style="clear: left; display: inline; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1392" data-original-width="2048" height="435" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqy8tOdOIaq5mHw2u4zmgDoKnulE4cEUSFMiGHx5T6PilQ1LuEjLW_KGWOM_stRKHubDjwMhyphenhyphenRmne9VJgcPCmJ_9wlgWOCB6QSwBAyN6yyqAxFMqvEXlQK7i2fgCoTukbcXoWjxQ/w640-h435/127617.jpeg" width="640" /></a></p><br /><p><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-37230252849182360332020-12-31T15:12:00.003-03:002020-12-31T15:12:24.045-03:00Season Finale XIV<a href="https://adaptations.blogspot.com/2019/12/season-finale-xiii.html" target="_blank">Anteriormente em Season Finale...</a><br /><br /><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM73JNDk9STzM9OEGXvJf1mgg7W17lRzLkfeE0AYphr8gRPYI93UYsYakBYTYe_dIcwS3ML1d8N0DHillTmgOlrCfuf-ph0v8eGUA97s0CYPWQCGSBtH5Ta275s2bmS3vZ68Jh2Q/s2048/IMG_0263.PNG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="2048" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM73JNDk9STzM9OEGXvJf1mgg7W17lRzLkfeE0AYphr8gRPYI93UYsYakBYTYe_dIcwS3ML1d8N0DHillTmgOlrCfuf-ph0v8eGUA97s0CYPWQCGSBtH5Ta275s2bmS3vZ68Jh2Q/w400-h400/IMG_0263.PNG" width="400" /></a></div><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><span id="docs-internal-guid-f23ac81e-7fff-c0b8-fbe3-f1aa84d6b398"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">
Como sabemos que o fim chegou?</span><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">É o aviso de uma doença terminal? Quanto tempo temos?</span><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Essa é a beleza do fim. Sua surpresa. Vêm sem aviso. "O começo do fim". Isso não existe.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Se na temporada anterior eu saí de uma caverna escura e claustrofóbica para perder a conta de quantas estrelas existem e existiram, neste ano eu fitei o infinito - em sua beleza cósmica.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O infinito finito. Não temos noção de sua grandeza, seu fim, seu começo. Que belo paradoxo. Mas sabemos que terá um fim pois a expansão termina assim. Mas não estaremos aqui. Nem eu, nem você, nenhum ser humano. Um final sem testemunhas. Como é hoje. Sabemos apenas do fim. Que ele vem. De resto, nada sabemos. Escuridão e nada. Universo. Espaço. Sem calor, sem energia. Sem testemunhas. Portanto, já estamos finalizados. Já estamos no fim. Cada um em seu particular derradeiro último suspiro sem aviso.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Foi uma temporada de muitos fins - cada indivíduo experimentando o seu próprio de alguma forma. Com surpresa e sem aviso, muitos terminaram. E eu, novamente, na companhia de um final. Uma amizade que agora só existe comigo e de quem permanece como testemunha. Evaporando de existência à lembrança em questão de segundos. O tempo necessário para finalizar. É assim que termina? Foi assim que terminou.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Eu sei que terminou. Mas ao mesmo tempo, reluto e duvido. Ainda nos imagino tomando um café charmoso na entrada de um museu. Compartilhando momentos e registrando-os em RGB. Depois você me pediria este registro em preto e branco. Eu gostaria que você estivesse por aqui. Gostaria de contar com sua presença a uma mensagem em áudio de distância.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Ficaram as lembranças, a memória, os aprendizados e as outras amizades que conectamos durante um breve espaço de tempo. Nossas coleções compartilhadas, nossos laços invisíveis, nossas risadas descontroladas, nossas autodestruições, nossos venenos, nossos pensamentos freaks, mas com amor. Sempre com amor. O seu amor, terminou. Eu sei que terminou. Mas o meu amor por você estará comigo até o meu fim.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Não foi uma temporada com finais apenas. Um começo novo foi fundamental. Um novo amor compartilhado. Leve e intenso. Divertido, despretensioso. Novos sorrisos.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">E eu me renovei. E de novo, voltando a mim mesmo. E de novo, estava perto de mim, só eu não enxergava. Dessas coisas irônicas da vida. Uma parte de mim, aquela esquecida, se renovou. Outras, claro, se mantêm firmes. O objetivo continua o mesmo – não fazer mal a ninguém. O sonho de ter uma alma livre de apegos desnecessários também. O foco, a caridade e o aprendizado. Contudo, o desejo agora é estar dentro de um abraço. O sentimento se renovou de tal forma, que a leveza é insustentável.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><i>Continua…</i></span></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-16156506473397312162019-12-31T10:48:00.000-03:002019-12-31T10:48:01.500-03:00Season Finale XIII<a href="http://adaptations.blogspot.com/2018/12/season-finale-xii.html">Anteriormente em Season Finale...</a>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkTaL03G21IW83Xzd_OS7Da_8y9tWACIwBe6Mf9286EeeEGb1Pek95Ebp2QCeifoF8JD7JLHok_FkGzi-TQ2vU9Z_O_ZVXsdFM2zZ8IPFRKNgRrZAa9EmU7_-yweGnAqMUSqYJsw/s1600/16829563-500F-44A0-9B40-45A18761AC25.JPG" imageanchor="1" ><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkTaL03G21IW83Xzd_OS7Da_8y9tWACIwBe6Mf9286EeeEGb1Pek95Ebp2QCeifoF8JD7JLHok_FkGzi-TQ2vU9Z_O_ZVXsdFM2zZ8IPFRKNgRrZAa9EmU7_-yweGnAqMUSqYJsw/s400/16829563-500F-44A0-9B40-45A18761AC25.JPG" width="320" height="400" data-original-width="1280" data-original-height="1600" /></a>
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Quantas estrelas se apagaram nos últimos 10 anos? Quantas estrelas se apagaram desde que olhei o céu pela última vez?
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Há 10 anos entrei numa caverna. Convivi com monstros e fantasmas só para depois de muito tempo perceber que eram reflexos infinitos de uma solidão que não parecia ter fim. Pois então, estava sozinho nesta caverna. E a cada temporada que passava, mais eu me aprofundava no labirinto que eu mesmo criei. Nem lembrava mais da existência das estrelas. Apenas fitava o teto rochoso e escuro que me observava também.
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E nos últimos 2 anos perdi um pedaço da vida. Não da minha própria, mas de alguém que sempre esteve do lado de fora. E foi preciso essa perda para eu perceber que eu realmente tinha perdido muito mais que um pedaço. Finalmente estava desaparecendo por completo.
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E comecei a derreter. Gota a gota a caverna foi se completando. Soterrado em mim mesmo, sem fôlego e sem forças, fechei meus olhos e quando abri já não estava mais na caverna. A saída sem saída não se revelou com luz ou mensagens para seguir adiante. Eu agora estava num quarto escuro. No breu, tateando por um caminho desconhecido sem saber o que era chão, degrau, parede, eu avançava sem parar. Guiado apenas pelas batidas do meu coração.
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Queria experimentar e conhecer.
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E conheci. Conheci você, que me quis como eu sou. Mas sou incrédulo e sonhador. Depois te desconheci. Na esperança, o gostar reduz. Na frustração, o gostar acaba. E você se foi. E a saída da caverna é lenta. Nada ainda.
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Eu sou o meu outro. Sou meu reflexo. Existo a partir das minhas experiências. Parece que existe algo que pode se desdobrar em minha mente. Que ainda pode me marcar. Mais profundamente. Basta existir para ser completo.
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E finalmente a saída. E o lado de fora era algo que eu só ouvia pela boca dos outros e não acreditava. Eu era o lado de fora. Saí em mim mesmo. Um dentro do outro, do lado de fora. As possibilidades são infinitas e finalmente vivo o meu empirismo, meu hedonismo e minha adaptação. Um lobo selvagem avançou para cima de mim, se transformou em energia azul e entrou no meu peito. A forma como me enxergo é o jeito como também olho pro mundo.
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Um vento fraco se transforma em ventania e assume a forma de uma tempestade à luz fraca e quieta durante um milagre perfeito. A minha realidade com um sabor que parece mel. E ao mesmo tempo que dura um nada eterno, eu sinto os toques, os cheiros, os sabores, os sentidos de uma dança rápida e lenta de alguém que conhecia e dos alguéns que vou conhecer. Se da primeira vez eu senti demais, da segunda, espero sentir o dobro. Sentir como eu sou. Um grande delírio sem a necessidade de febre, uma dança sem coreografia e sem protocolos.
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Enquanto o mundo pega fogo lá fora, eu por dentro sou o coro dos pássaros ao amanhecer deslumbrado com a quantidade de estrelas que ainda existem e maravilhado pela luz das que se foram.
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<i>Continua...</i>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-44258456250559470912019-12-02T11:18:00.001-03:002019-12-02T11:18:18.881-03:00A VocêNossos encontros e desencontros são intensos. Sempre saímos marcados (ou eu saio, digo por mim). Essas marcas não são negativas por todo, pelo contrário, as marcas são em sua maioria positivas. A importância do seu olhar pra mim, do seu abraço no meu corpo, no seu sabor que eu tanto senti e desejei, o cheiro que você deixou nas minhas coisas, a sua boca em minha, sua boca em minha pele, até suas cócegas heheheh, mas mais importante, todas as portas que vc abriu na minha existência. Tudo isso é muito maior de qualquer outra coisa que eu tenha sentido nesses nossos momentos juntos. Caminhar ao seu lado é algo que me deixou feliz. Acordar ao seu lado despertou sentimentos que eu realmente acreditava que eu nunca iria sentir. Isso é muito forte para mim.
Sei que errei em diversos momentos. E se eu te ofendi, lhe peço perdão. Te deixar irritada e triste ou pesada nunca foi meu objetivo. Pelo contrário. Eu viveria para te ver sorrir pra sempre. Viveria para ver a luz dos seus olhos sempre vivos e iluminados. Porque se existe alma, ela é refletida nos olhos dos outros. Viveria para ver você colocar as mãos na boca quando está feliz. Mas sei que não é algo provável. De qualquer forma, eu só quero te agradecer. Sou grato pelo que foi a sua presença em minha existência neste ano. Você foi uma faísca importante que acendeu o meu balão para ares que eu nunca tinha experimentado e respirado. Você me ajudou a sentir as coisas. Antes eu só (achava que) sabia delas. O querer que eu sinto ou sentia nunca foi possessivo, sempre foi aberto. Mas passar mais tempo com você, foi sim. Não que eu queria você só pra mim, mas a sua companhia foi algo que eu sempre quis presente. Nunca achei que fosse possível sentir isso por alguém. Imaginar algo a longo prazo, compartilhar existência, aprendizados, felicidades, tristezas. Ir adiante em dois. Eu vi que é possível. Senti que não é improvável para mim. E eu sou imediatista, não nego. E as vezes sofro com isso. Pois estou vivo só hoje. Nem hoje. Estou vivo agora. E viver o presente é algo que eu prezo, pois do amanhã nada sei. Está no meu imaginário. Não fujo da minha mortalidade. Não tenho expectativas, só desejos e vontades. E se eu quis realizar os meus desejos com você, não foi por mal. Se eu desejava que você seguisse por onde meus pés me levariam era porque eu te seguiria também.
Eu nunca vou deixar de me apaixonar ardentemente, eu nunca vou deixar de sentir intensamente. Eu sou assim. Eu sou uma pessoa sensível. Eu vejo o mundo em preto e branco e cheio de sensibilidade quando registro as pessoas na rua. Mas eu sei o quanto estou marcando aquelas pessoas na minha vida sem elas saberem. Por isso eu quero que você saiba definitivamente o quanto você me marcou, o quanto me apaixonei, o quanto desejei, o quanto imaginei o que não vivemos. Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-78270957295638120892019-08-12T18:32:00.000-03:002019-08-12T18:32:14.306-03:00Chlamydia trachomatisUm calor invadiu seu corpo. Sentiu vindo de baixo. Foi subindo e encontrou o frio do seu esofago - sua ansiedade. Suas entranhas ficaram com fome. Sentiu o vazio e o cheio por completo ao mesmo tempo. Suas pernas amoleceram e ele suspirou alto. Arrepio das costas à nuca. Revirou os olhos até se tornarem brancos por completo e uma luz forte invadiu sua vista.
Seu olho doeu por um instante. Tudo agora parecia mais claro. Ele ainda era iluminado pelas luzes artificiais do ambiente grande de trabalho. Mas tudo parecia mais claro, mais insuportável. O clarão branco que saia do seu notebook atrapalhava sua visão e lhe dava tontura. Olhou ofuscado pelo brilho do ambiente. Percebeu uma mistura de luzes acima de sua cabeça. Contou as lâmpadas. Dezesseis. Quatro amarelas e o restante brancas de LED. Lembrava hospital. O ambiente lembrava uma fábrica de roupas clandestina do Bom Retiro. Com bolivianos. Sem janelas de verdade. Sem saída de emergência. Estava tonto pelas luzes. E ansioso pela situação que não entendia. Sua perna esquerda agitada e inquieta num movimento incessante. Tentou se levantar, mas teve que apoiar à mesa para não cair. "Não foi pra isso que eu vim", pensou. "Eu tenho que sair deste lugar ou vou enlouquecer".<br>
Todos continuavam a trabalhar normalmente. Somente ele sentia-se incomodado pela luz. Seu olho esquerdo começou a coçar loucamente. Derrubou seus óculos de grau e foi cambaleando para o banheiro masculino. O cheiro de lavanda com fezes infestam o local abafado e também sem janelas. A luz acendeu com seu movimento. Apoiou na pia, abriu a torneira, juntou a água com as mãos e lavou o rosto. Seu olho esquerdo ardia e coçava. Um colega saiu do cubículo e deixou o banheiro sem lavar as mãos. Imaginou toda a jornada das mãos do colega até ele chegar em casa. Ele ia tossir e cobrir a boca com elas. Ia usar a tela do celular com aqueles dedos não lavados. Ia apertar a mão do visitante antes da reunião. Ia segurar no corrimão do ônibus com as mãos não lavadas. Ia abrir a maçaneta da porta de casa. Ia afagar o pescoço da esposa com as mãos sujas. Não sujas visivelmente, mas sujas o suficiente nas profundezas. Ia fazer um cafuné na cabeça do filho e na cabeça do cachorro, que depois lambiria tudo. Até tomar banho e se lavar. Mas daí o estrago já estava feito. Estavam todos contaminados.
Pensou se não foi o colega que o deixou assim, mas não. Ele sentava longe e não se cumprimentavam. Estava menos abalado pelas luzes, menos tonto, mas com a coceira no olho esquerdo. Encarou o espelho, abriu as pálpebras com os dedos e o branco do olho estava vermelho. As veias tentavam furiosamente chegar à íris esverdeada. Imaginou o que seria. Conjuntivite? Dois amigos estava assim na semana passada. Achou possível. Mas não explicava o clarão repentino. Nem a tontura. Lavou novamente o rosto, enxugou com aquele papel vagabundo que não seca nada e voltou ao seu lugar. A tela ainda ardia sua visão.<br>
Pegou suas coisas e resolveu ir embora. "Não estou bem, trabalho de casa", digitou para sua chefe. A rua estava quente e abafada e sol mais claro que o normal. "Será se fico cego como no livro do Saramago?" pensou rindo de nervoso. Foi devagar até o ponto de ônibus. Coçava o olho esquerdo com força. "Quando vier o 7600 me avisa por favor?" pediu para uma senhora. "Claro, é o mesmo que o meu", ela respondeu. "Obrigado". Algum tempo depois o ônibus chegou e ele entrou. Lembrou dos corrimãos cheio de germes de mais das milhares de pessoas que não lavam a mão ao sair do banheiro e tentou não segurar em nada. Achou um assento vazio e seguiu a viagem sem deixar de coçar o olho esquerdo. E coçava e coçava. Olhou para sua mão que já estava com pequenas manchas de sangue. Assustado, tirou o celular do bolso, ligou a câmera frontal e fingindo um selfie, viu no reflexo o vermelhidão do seu olho esquerdo. Um pequeno borrão vermelho de sangue rasgava seu olho como uma maquiagem destruída pelas lágrimas e secada pelo vento. Sacou um Kleenex da mochila e pressionou no olho esquerdo. Ainda coçava muito, mas não queria piorar a situação. Da visão do seu olho direito vinha apenas o clarão. O dia mais claro que já viu. Reservados, nenhum passageiro o encarava. Seu Kleenex começa a encharcar. Desceu e acelerou o passo indo para casa. "Boa tard..." Nem respondeu de volta ao porteiro e abriu a porta do elevador rapidamente. Encarou o espelho. Com muito do que veria retirou o Kleenex do olho esquerdo. O horror. Seu olho esquerdo parecia um ovo quebrado. Mas sem as cascas. Tudo misturado. Gema e clara em íris e esclera. O vermelho sangue com o amarelo. As veias vulcânicas pulsando. Sentia o olho esquerdo quente. Fechou o direito e abriu as pálpebras do esquerdo. Estava tudo vermelho. Sua pressão começou a baixar assim que o elevador parou em seu andar. Tremendo, abriu a porta, fechou a porta com um estrondo e logo sentou-se no sofá. Seu gato chegou de mansinho. Não se assustou com o barulho da porta. Subiu em seu colo de um só pulo e o encarou. Seus olhos brilhavam intensamente. Mais bonitos que de costume. O gato encarava somente o olho esquerdo. O globo avermelhado. O ovo estourado. O pulsante vermelhidão. O núcleo de fogo. O Deus Sol. O gato lhe apalpou a perna esquerda agitada e inquieta e ele parou. Ficou imóvel, estupefato mirando o gato. O gato. Sua companhia solitária. Olhou para ele misteriosamente, abriu a boca revelando seus dentes afiados e disse com uma voz calma, grossa e reconfortante:<br><br>
<i>"Para os outros, o universo parece honesto. Parece honesto para as pessoas de bem porque elas têm os olhos castrados. É por isso que temem a obscenidade. Não sentem nenhuma angústia ao ouvir o canto do galo ou ao descobrirem o céu estrelado. Em geral, apreciam os "prazeres da carne" na condição de que sejam insossos.
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Mas, desde então, não havia mais dúvidas: eu não gostava daquilo a que se chama "os prazeres da carne" justamente por serem insossos. Gostava de tudo o que era tido por "sujo". Não ficava satisfeito, muito pelo contrário, com a devassidão habitual, porque ela só contamina a devassidão e, afinal de contas, deixa intacta uma essência elevada e perfeitamente pura. A devassidão que eu conheço não suja apenas o meu corpo e os meus pensamentos, mas tudo o que imagino em sua presença e, sobretudo, o universo inteiro."</i>
<br><br>
O gato pulou para fora do seu colo, pousou no chão elegantemente, ergueu o rabo e entrou na cozinha. Ele abriu lentamente os olhos e tudo estava em preto e branco. Olhou para a janela à sua esquerda e enxergou luzinhas amarelas. "Ufa, só está de noite", pensou aliviado e veio uma frase qualquer em sua mente: "a noite é o dia em preto e branco". Riu, levou a mão para o olho esquerdo e ele estava seco. Foi ao banheiro, acendeu a luz, encarou o espelho e seu olho esquerdo estava normal. Normal. Assim como o olho direito. Abriu as pálpebras dos dois olhos ao mesmo tempo e nenhum vermelhidão. Nenhuma coceira. Somente os borrões de sangue. A vista estava cansada. Pesada. Deitou a cabeça em seu travesseiro. Encontrou-se relaxado. E agora que ele encontrou, sumiu. Agora que ele sente, não sente mais.<br><br><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGZOP5aEtZLl5UaKHIg9DyHDnEd8WFD3w1zLZ9lPt9QyT3T9Z6AW94nmiapJuV2wMYPu6WWXPmGkr58A-VCz2yLals4cehXkRzOQBSpU5g2DOAO40frOwc6TfQnzO_mTSU6xwrzw/s1600/virusapppreview.jpeg" imageanchor="1" ><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGZOP5aEtZLl5UaKHIg9DyHDnEd8WFD3w1zLZ9lPt9QyT3T9Z6AW94nmiapJuV2wMYPu6WWXPmGkr58A-VCz2yLals4cehXkRzOQBSpU5g2DOAO40frOwc6TfQnzO_mTSU6xwrzw/s1600/virusapppreview.jpeg" data-original-width="600" data-original-height="450" /></a><br><br>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-86248598930800923552019-06-15T12:36:00.002-03:002019-06-15T12:37:24.154-03:00SentidoSão grandes as derrotas são grandes as conquistas são grandes as nuvens dentro do céu infinito e assim quanto mais azul mais além quanto mais além mais espaço quanto mais espaço mais tempo quanto mais tempo mais infinito quanto mais infinito mais universo quanto mais universo mais expansão quanto mais expansão mais luz quanto mais luz mais morte quanto mais morte mais vida quanto mais vida mais tempo quanto mais tempo mais precoce quanto mais precoce mais velho quanto mais velho mais experiência quanto mais experiência mais decisões quanto mais decisões mais tudo quanto mais tudo mais nada quanto mais nada menos sentir menos sentido.
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-62652695772531065992019-06-15T01:34:00.000-03:002019-06-15T12:35:56.502-03:00HojeEu quero alguém como você. Só que melhor.
<br>
Sem a desordem da sua instabilidade. Sem a sua bipolaridade. Sem a sua falta de interesse. Sem o seu egoísmo. Sem o seu desapego.<br>
Esse desejo não me interessará em outro dia.<br>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-54718262627342212282019-05-19T20:04:00.000-03:002019-05-19T20:04:18.309-03:00Sonhando acordado.Abri meus olhos involuntariamente, lutando com todas as minhas forças para voltar àquela condição em que o sonho me envolveu. Eu estava envergonhado de ter acordado. Fechei os olhos e tentei afundar de novo no outro mundo e fui expulso. Tentei todos os truques que já me aconselharam, mas nada. Era como tentar pegar uma bala no ar e faze-la voltar ao revólver.
O que restou foram os rastros do sonho. Em que me demorei para ler algum significado. Fui expulso dele para um mundo cuja solução para tudo é a morte.<br>
Somente imagens pingando restaram. Recordações. Confundidas com a realidade. Realidade! Aquilo que abraça, sustenta e exalta a vida.
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Recordação de um rosto. O rosto daquela que eu amava e perdi! Ampliado em uma beleza assustadora. Repentinamente entrando numa combustão espontânea e bela.
Lábios separados em sede. Lábios famintos. E como plantas exóticas que se contorcem e se chicoteiam na noite, nossos lábios que finalmente se encontram, fechados e selados.
Foi um beijo que afogou a lembrança de toda dor. Um tempo sem fim durou, por um período esquecido, como o espaço entre dois sonhos.<br>
Depois estávamos separados olhando um para o outro com um único olhar hipnótico. Olhos unidos pela corrente elétrica do acontecido. Tudo era sem sentido. Como a união de dois ímãs, as partes sempre em busca finalmente se juntaram.
Outra recordação se fez reconhecida: sua voz antiga.
Então tudo foi interrompido. Uma escuridão profunda, mesclando os cenários e os personagens, sufocando o ar. Desaparecendo para depois reaparecer.<br>
Agora ela está lendo em voz alta - passagens de um livro que devo ter lido.<br>
Ela está deitada de barriga pra baixo, cotovelos dobrados, a cabeça nas duas palmas das mãos. Os lábios como duas pétalas que abrem e fecham. As palavras melodicamente disfarçadas.
<br><br>
É quando reconheço que são minhas próprias palavras que saem da sua boca. Palavras que nunca foram escritas ou digitadas, mas escritas na minha cabeça.<br>
Percebo que ela não está lendo para mim, mas para um jovem deitado ao lado dela. Ele está deitado de costas e em seu rosto uma expressão de atenção de um devoto. Somente existem os dois, e o mundo não tem existência para eles. O que me separa deles é um abismo colossal, como um lago negro. Não há nenhuma possibilidade de comunicação. Eu tento desesperadamente enviar uma mensagem através do vazio, para que ela saiba que pelo menos essas palavras encantadoras são do livro da minha vida. Mas ela está fora dos limites. A leitura continua e seu êxtase só aumenta. Estou perdido e esquecido.
<br><br>
Então, por um instante, ela vira o rosto para mim, os olhos não revelando nenhum sinal de reconhecimento. A plenitude do rosto se foi. Ela ainda é bonita, mas não tem mais a luz fascinante. É o fantasma de uma beleza enevoada. Uma nuvem fugaz de uma lembrança. Ela agora desaparece como fumaça no império dos sonhos.
Se ela morreu no sonho ou eu morri, não sei se nos encontramos no outro plano. Dormindo e sonhando, não poderia dizer. Por um instante infinito de tempo nossos caminhos se cruzaram, a união consumada, a ferida curada. Encarnados ou desencarnados, nós estávamos agora indo para o espaço, cada um em sua própria órbita, cada um acompanhado de sua própria trilha sonora. O tempo, com seu rastro sem fim de dor, tinha se dobrado. Estamos distantes um do outro, mas não separados. Rodando como as constelações obedientes das estrelas. Nada além do silêncio, raios e brilhantes colisões no reino dos anjos.
Eu soube que encontrei a felicidade. Sabia outra coisa também. Que se fosse apenas um sonho ele acabaria, e se não fosse um sonho…
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Meus olhos estão abertos e eu estou no mesmo lugar em que eu tinha ido para a cama na noite anterior. Outros ficariam contentes em chamar isso de sonho. Mas o que é um sonho? Só sei que os sonhadores, eles nunca aprendem. Fui drogado pelos esplendores desaparecidos de uma viagem fantasmagórica. Eu não podia nem retornar e nem partir.
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Ela fez um aceno e me mandou um beijo de dentro do carro. Foi a última cena. Enterrada para sempre na minha retina.
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Por fim, tudo foi uma ilusão. Esta é a minha conclusão. Por ora.<br><br>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-89446773253644630152019-05-10T00:01:00.000-03:002019-05-10T00:01:45.597-03:00A Visita ou A Qualquer Momento Vai Acontecer- Não se assuste. Nem precisa se levantar. Hoje é uma noite como qualquer outra noite. A única diferença é que estou aqui te visitando e conversando com você. Sim, você não consegue falar, mas eu sei qual é a sua dúvida. Sim, você me conhece. Não pessoalmente, mas conhece. É que não sou exatamente uma pessoa. Mas eu existo. Não se preocupe, está tudo bem. Não tudo. Mas aqui e agora está tudo tranquilo. Aqui e agora é relativo também. Isso sim, não existe de fato. Mas o que interessa é que você está deitado na sua cama dentro do seu quarto. Estamos sozinhos. Quer dizer, você está. Isso também é relativo. Não quero te deixar mais confuso. E nem te esclarecer nada. Esse não é o meu propósito. Nem isso eu tenho. Desculpe por qualquer inconveniência. Eu costumo visitar pessoas assim, como você. Perturbadas. Desesperadas. Aflitas. Não se sinta especial, ninguém é. E isso não é um problema. A minha presença costuma deixar as pessoas menos perturbadas, desesperadas e menos aflitas. Não é uma regra. Isso também não existe. Já deixei muita gente muito mais desesperada. Foram situações extremas e elas terminaram. Nada de errado com isso. Isso também não existe. Nem certo, nem errado. Somente ações e consequências. E por incrível que pareça eu não tenho nada a ver com isso. Vocês agem, vocês consequências. De qualquer forma o que estou fazendo aqui é simples. Sim. Exatamente isso. Sim. Não consigo te responder isso. Não depende de mim. Ou você já sabe, ou você não quer saber. O que eu posso te dizer? Diz respeito a você compreender a importância de se abrir ao diálogo e à compreensão das coisas a partir do ponto de vista dos outros. Ouvir, neste momento, é condição fundamental para a harmonização da vida. Fale menos, escute mais, procure admirar a versão dos fatos e das verdades quando provenientes da boca do outro. Ainda que você não concorde com o que for dito, não rebata tão prontamente. Deixe-se admirar, colocar-se em posição de respeito pela voz alheia. A partir deste procedimento, uma série de bons entendimentos, acordos e reconciliações podem ocorrer. Os outros certamente se emocionarão com esta sua súbita disposição a escutá-los. Compreender o outro é o primeiro ato para atrair compreensão para si mesmo. Preciso ir. Não, não iremos mais nos encontrar. Tampa os ouvidos. Cubra seus olhos. Imagine outro ruído. Sonhe com outras cenas. Deixe sua realidade longe de mim.<br><br><br>
“Como posso começar algo novo com tudo de ontem em mim?”<br>
Leonard Cohen
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"Desespero é a matéria-prima da mudança drástica. Só quem pode deixar para trás tudo o que já acreditava pode ter uma segunda chance para escapar da mediocridade do que vinha sendo."<br>
William Burroughs<br><br>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz5b0rv0gjDIGdMN826M751Evv_7X8yH3i9djbR5mboePsFK6eQEyBgGjOjT4jj4CQQXgeYq2OVsHd1yb0bZQFABK0lNezF7TvuDEAm7OP2tAWq8c0zfwwYy3xeV_3NHlDdcETIw/s1600/comoumrequiem.png" imageanchor="1"><img border="0" data-original-height="1350" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz5b0rv0gjDIGdMN826M751Evv_7X8yH3i9djbR5mboePsFK6eQEyBgGjOjT4jj4CQQXgeYq2OVsHd1yb0bZQFABK0lNezF7TvuDEAm7OP2tAWq8c0zfwwYy3xeV_3NHlDdcETIw/s400/comoumrequiem.png" width="320" /></a>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-12095745253214358292019-04-29T22:48:00.002-03:002019-05-08T11:49:18.179-03:00ToqueAh, se eu fosse um feiticeiro<br>
Tomaria a sua rejeição<br>
E transformaria em desejo certeiro<br>
Num vendaval de afeição
<br><br>
Ah, se eu fosse um milagreiro<br>
Tomaria o seu suspiro<br>
Transformava-o em fogareiro <br>
Incendiando meu respiro
<br><br>
Ah, se eu fosse um mago<br>
Tomaria o seu pálido olhar<br>
E com a força de um relâmpago <br>
Faria da noite um amanhecer a brilhar
<br><br>
Ah, se eu fosse um sonhador<br>
Tomaria o seu não <br>
Rogaria por sim<br>
Num suplício encantador
<br><br>
Ah, se eu fosse um imortal<br>
Tomaria o seu desapego<br>
Ninharia maternal<br>
Num eterno aconchego
<br><br>
Ah, se eu fosse o seu desejo<br>
Permearia o seu corpo<br>
Desbravando em solfejo<br>
No ritmo do seu contorno
<br><br>
Ah, se eu fosse a natureza <br>
Tomaria a sua semente<br>
Tiraria sua incerteza<br>
Para florir eternamente
<br><br>
Ah, se eu fosse experiente<br>
Buscaria em brincadeira <br>
Por seu amor inconsciente<br>
Porque não sei te amar de outra maneira.
<br><br>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-32554730225394301442019-03-27T17:24:00.004-03:002019-03-27T17:24:52.490-03:00Dois de PausAlguma coisa aconteceu e eu estou de ponta cabeça. Só percebi quando aconteceu. Um solavanco me deixou de ponta cabeça. Flutuando no meu próprio espaço dentro dos meus pensamentos. Uma inércia irônica que faz meu coração acelerar e sentir um frio na barriga. Estou estático por fora, porém na velocidade da luz por dentro. Uma divisão interna, um duelo entre o pessimismo que tanto já venceu e o otimismo, novato. Amaldiçoado se vencer, condenado se perder. O fantasma da insegurança recém falecida volta para uma visita particular. Fria, suas mãos passeiam no meu corpo. Fecho os olhos e tento esvaziar meus pensamentos. A mão fria da insegurança já está no meu peito. Não há uma distância segura entre meus medos e o sistema de toque. Minha cabeça volta a ficar enevoada e eu me perco em direções e decisões enroladas que tomei e as que tomarei. Pare. Observe tudo. "Esteja alerta para a regra dos três. O que você dá retornará para você. Essa lição você tem que aprender. Você só ganha, o que você merece". Testemunhe as energias em movimento. A clareza virá lentamente. O processo de decisão terminará e a escolha será clara. O que perderei? O que eu queria? Longe demais para ouvir a resposta. Silêncio.
<br><br>
<i><b>"Esteja alerta para a regra dos três. O que você dá retornará para você. Essa lição você tem que aprender. Você só ganha, o que você merece". A Lei do Triplo Retorno Wicca</b></i>
<br><br>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCoyBhpZncdxpB5Wa_IASG_HDWkQGwRmnNo5F0v7OXQdzqZe9uwgrhFkvOmANNRkg3Bqm_K4H9uzWeYa8v_MUx2LJNhgbHBE4qMgOP1kUg8dXWKSyHl2V8v7fWmQLBsg6z4LXUFw/s1600/1_v91IVO1thw5A93oGA9WFMA.jpeg" imageanchor="1" ><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCoyBhpZncdxpB5Wa_IASG_HDWkQGwRmnNo5F0v7OXQdzqZe9uwgrhFkvOmANNRkg3Bqm_K4H9uzWeYa8v_MUx2LJNhgbHBE4qMgOP1kUg8dXWKSyHl2V8v7fWmQLBsg6z4LXUFw/s320/1_v91IVO1thw5A93oGA9WFMA.jpeg" width="182" height="320" data-original-width="911" data-original-height="1600" /></a>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-32052696899644159882019-03-19T12:38:00.003-03:002019-03-19T12:39:30.099-03:00Ogum me pediu fogo emprestadoNos últimos cinco meses meu coração tem pedido atenção. No começo, ele acelerava e cessava a minha respiração. Eu suava e enxergava só pânico, desespero e morte. Duas, três vezes seguidas. Noites acordadas. Peito dolorido. Pernas inquietas. Só voltava aos batimentos normais com medicamentos fortes. Mas o que é normal para o coração mesmo?
<br><br>
Depois a ansiedade foi controlada por ansiolíticos. Estou medicado. Junto veio a sugestão de exercícios físicos para equilibrar o corpo, o coração e cérebro. Ok, vamos lá. Mas antes, um check up. Sempre evitei check ups e exames com medo dos resultados. Será que eu tenho algo? O que fazer se tiver? Daria tempo para viver como eu quero?
<br><br>
Bora lá. Sangue completo, ecos, ergométricos. Bum, bum, bum. Cada vez mais forte, mas agora por outro motivo.
<br><br>
No período durante os exames, o coração demandou atenção novamente. Virou o centro do meu corpo. Ele assim queimava, esfriava, pulsava harmoniosamente. Paixão. Violenta. Quase cega. Me derrubou geral. A única defesa foi a entrega. Estava me sentindo ótimo. Tive que ouvi-lo pela primeira vez por completo em 15 anos. E veio o espírito. E meu corpo reconheceu a paixão. Agora a paixão é por mim mesmo. Valorizo quem eu sou, me enxergo como amigos íntimos me enxergam. Aceitação verdadeira. Amores à primeira vista.
<br><br>
Corpo, mente e espiritualidades sãs. E coração também. Hoje busquei os exames e está tudo bem. "Continue assim", a doutora encorajou.
<br><br>
Me sinto protegido. Por mim mesmo e pelas minhas paixões. E pelo meu coração.
<br><br>
A vida é um caminho, e seres, sendo partes da vida, são eles mesmos vias deste caminho. Se reconhecemos esse fato e o aceitamos, estamos aptos, independente das vias e rotas, a conhecermos a paz e a apreciá-la. Mas para chegar a esse fim, que é apenas um começo (pois ainda não começamos a viver!), nós temos que aprender a doutrina da aceitação, isto é, da rendição incondicional, que é o amor. Próprio e pelos outros.
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Descendo a rua, Ogum me parou um instante para pedir fogo, acendeu seu cigarro, me reverenciou, me olhou penetrante e seguiu seu caminho. Segui o meu. Numa nova via.
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Tento não pensar duas vezes, não quero expectativas, quero decisões, se ele existe, quero seu amor. Eu estou no lado escuro da estrada e você ali, longe e iluminada. E eu parado, nuvens chorando, estrelas sumindo, e você ali, como a lua, longe e praticamente inacessível. A nossa intensidade me devorou como um lobo selvagem.
Eu penso em você e imagino o quanto de realidade é realmente real. E sim. Você existe. Há alguns quilômetros de distância você está lá. E eu estou aqui. E você também. Na minha visão periférica.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-78425424750438628842018-12-31T14:45:00.001-02:002018-12-31T14:45:13.844-02:00Season Finale XII<div style="font-family: Helvetica; font-size: 12px; font-stretch: normal; line-height: normal;">
<span style="font-size: 12pt;">Muitas vezes um passo para a frente não pode ser desfeito. Muitas vezes um passo para a frente significa seis passos para trás. E aí, como você dorme? E aí, como você vive? Como todo mundo vive? Essa é a sombra de pensamento que me acompanha. Como todos podem estar sorrindo? Eles não estão vendo ou vivendo o que estão na frente delas? E pernas não param quietas, e os pensamentos voam e o ar cessa e o peito dói. Eu realmente só queria andar meio desligado no meio da multidão. Dopado. Ou desligado sozinho no meu canto. E desta vez eu consegui. Mas eu não estou realmente sozinho. Posso estar, mas não estou. É complicado. Eu preciso tirar um retrato da minha cabeça. Analisar o que tem lá dentro. Pelo menos uma única tentativa antes de dar adeus a tudo que eu conheço. Como eu durmo? Com calor. Com frio. Com ansiedade. Com sede. Durmo lembrando dos momentos de embriaguez solitária em lugares desconhecidos. Durmo com vontade de repetir tudo isso e para sempre. Durmo ansioso querendo chegar logo aos sonhos e aos pesadelos. Durmo para chegar neste lugar descontrolado que é a minha imaginação. Meu "kumomi" dos sonhos aleatórios. Meus sonhos invertidos, onde o que está em cima, está lá embaixo e vice-versa. Porque o chão é azul e ele me faz rir. Espero conseguir o que preciso.</span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-10075907635877855862018-10-28T23:18:00.001-03:002018-10-28T23:18:34.675-03:00Eu não quero falar sobre isso hojeEu não quero falar sobre isso hoje. Hoje é um dia adorável. Não quero falar sobre o punhal fatal que arranquei do meu peito. Não quero falar sobre meu coração saliente. Hoje é um dia incomum. Não quero falar sobre os ratos que perambulam meu rosto inchado e inocente. Não quero falar sobre as ameaças desbravaras em cima de mim. Hoje é um dia molhado. Não quero falar sobre a minha falta de ar. Não quero falar sobre a minha saudade de afeto. Hoje é um dia curto. Não quero falar sobre as toxinas que ingeri à tarde. Não quero falar sobre o enjoo do perfume doce. Não quero falar sobre o medo que estou sentindo. Hoje é um dia estrepado. Hoje é um dia jazz. Não quero falar sobre o acúmulo de pendências. Não quero falar sobre o tempo. Hoje é um dia sem pressa. Não quero falar sobre minhas necessidades supérfluas. Não quero falar sobre os OVNIs. Hoje é um dia vazio. Não quero falar sobre o assunto do momento. Não quero falar sobre a lua que desapareceu. Não quero falar sobre os nossos lugares. Não quero falar sobre os meus não-lugares. Hoje é um dia sem mim. Não quero falar sobre a sua opinião. Não quero falar sobre a música que ouvi de manhã. Hoje é um dia mudo. Não quero falar sobre os apitos e zumbidos que ouvi. Não quero falar sobre os bons dias e boas noites cordiais. Hoje é um dia sem luz. Não quero falar sobre os moradores de rua comendo lixo. Não quero falar sobre todas as moedas no bolso da frente. Não quero falar sobre as coisas que perdi. Não quero falar sobre as coisas que ganhei. Não quero falar sobre as lágrimas que vieram do nada. Não quero falar sobre a minha insignificância. Não quero falar sobre os anônimos no meu caminho. Não quero falar sobre a cor azul. Não quero falar sobre meu riso louco de nervoso. Não quero falar sobre o meu câncer. Hoje é um dia. Amanhã será outro. Vamos marcar uma cervejinha para colocar o papo em dia.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-44647214098710361692018-02-13T20:00:00.002-02:002018-02-13T21:00:56.968-02:00Um dia antes da QuaresmaEu me perdi de mim mesmo.
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Venho colocando todas as coisas que me acontecem num pequeno armário cheio de gavetas. As pressões profissionais, as reclamações dos outros, as chateações, os rápidos momentos felizes, as longas tristezas, a gigante solidão que ocupa o mesmo espaço da grande melancolia. Não consigo mais viver o presente sempre despercebido e quando olho para o relógio já tenho que dormir que para acordar novamente e voltar a encher as gavetas loucamente. A pressa de dias curtos tirou o foco dos meus momentos. De mim mesmo. Já não existo mais para mim. Ou sinto isso. Vivo pela consciência automatizada. Sou levado por um rio violento até um penhasco. Sempre senti o penhasco, mas nunca o avistei. Agora sinto ele cada vez mais perto. Preciso de uma ponte, um suporte, uma boia salva-vidas para agarrar e respirar. Preciso de tempo para respirar. Preciso de tempo para mim mesmo. Preciso voltar ao que eu era. E o que eu era?
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Preciso me reencontrar comigo mesmo.
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Eu vivia o presente. Aproveitava os momentos (os bons e os ruins). Não precisava empilhar nada em armários e gavetas. Hoje eu não sou mais do que uma percepção. Uma percepção vazia.
Passo despercebido enquanto o dia termina e a noite começa num contínuo viciante. E quando tudo se acumula, as gavetas estouram e me soterram em pensamentos destrutivos. O peso de tudo que foi guardado e acumulado nos últimos tempos me pressionam, mas força para reerguer eu não tenho. Encaro todo esse peso com uma feição assustadora. Estou realmente assustado. Quando foi que eu deixei de existir para mim mesmo?
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Antes na minha caverna eu me sentia confortável com meus monstros e demônios. Eu os conhecia bem. Sabia nomea-los se preciso. Tratava-os bem. Fazíamos companhia uns aos outros. A caverna era amigável. Era minha morada.
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Hoje quando consigo às vezes entrar nela, já desabo cansado, torturado por pensamentos cotidianos que martelam minha uma consciência até fragmentá-la em pedacinhos insignificantes que eu junto com as mãos e deixo numa gaveta. E as marteladas se repetem todas as noites.
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Todas as noites. Todas as noites. Todas as noites. Todas as noites. Todas as noites. Todas as noites. Todas as noites. Todas as noites. Todas as noites.
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Uma tragédia recente conseguiu me desfocar deste trabalho automático de desmantelar a minha consciência diariamente.
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Uma vida jovem se foi para sempre. Uma alegria desapareceu. E eu me senti mais incompreendido do que antes. Ou melhor, me atentei a uma nova incompreensão.<br>
A incompreensão da injustiça da morte. Ele se foi jovem e disposto e eu continuo vivo desperdiçando o que me resta com um passo mais próximo a inexistência. Apressando esse processo com vícios e maneirismos ridículos.
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De um lado estou lotando gavetas e armários com fatores externos que tiram a minha atenção de mim mesmo e do outro lado castigo minha própria morada com toxinas e repelentes sociais. Só há espaço para monstros e demônios que me assustam: o monstro do ódio a mim mesmo, o demônio da auto rejeição, o monstro da indisposição pessoal, o demônio da depressão, a morte do ego.
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A correnteza violenta do rio que me afluia ao nada hoje se transformou em longas e pegajosas sombras. A escuridão me asfixia e eu sinto a pressão negativa dentro da minha cabeça. Meus ouvidos ficam tapados e se contraem com as batidas do meu coração, meu pulso enfraquecendo, minha saliva secando, minha visão turvando. Os tímpanos se fecham. É a resposta do meu corpo para não querer mais ouvir essa merda toda. A infecção consome, as manchas vermelhas aparecem. Tudo quer sair de mim, mas a minha mente trancafia os armários e gavetas lotados de incompreensão. Meu corpo começa a expurgar de qualquer maneira. A natureza é divina, a biologia esperta. Uma auto sobrevivência é acionada na central de controle. A lombar se trava e a imobilidade vem. O dia pode até amanhecer, o sol pode até iluminar o meu quarto, mas a minha mente é só escuridão e desespero. Seria tão lindo e mais fácil se eu pudesse sonhar para sempre. Um mundo de sonhos somente para mim. Aceito até mesmo os sonhos obscuros a uma realidade intragável.
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Minha auto-identidade não está morta por completo. Mas um processo revitalizante será necessário para eu me reencontrar na perdição de tantos pensamentos malditos acumulados.<br><br>
O sentido de unidade se perdeu. Agora é tudo quantitativo.<br><br>
<i>Os espíritos estão atrás de qualquer luz durante a quaresma.</i>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-47201844464713524152017-12-31T02:33:00.000-02:002017-12-26T02:33:54.104-02:00Season Finale XI<a href="http://adaptations.blogspot.com.br/2016/12/season-finale-x.html">Anteriormente em Season Finale...</a><br />
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Lembro que na temporada anterior eu clamei pelo inédito. Por algo que nunca tinha visto antes. E fui bem recompensado.<br />
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Visitei lugares inesperados e outros que já esperava há muito tempo. E foi tão familiar.<br />
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Pela primeira vez fiquei sozinho de verdade. Sou um ser solitário, mas sozinho foi a primeira vez. O que o futuro me reserva não foi do meu agrado. O que eu faria para mudar o que me espera?<br />
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Nada o que pode ser mudado, mas muito o que pode acontecer. Sou absolutamente um iniciante. Percebi isso nesta temporada ao me deparar com o inédito que sempre pedi aos céus.<br />
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Em sonhos eu sou levado ao reconforto. Tudo é do meu agrado, tudo é uma novidade e caso eu tenha algum problema ou os sonhos se transformem em pesadelos, eu acordo e está tudo certo.<br />
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Ou acordo para a realidade. A realidade sem controle. A realidade desigual e assustadora. A realidade da rotina. A realidade de elevador sem fim, que vai de andar em andar sem nada para acontecer. Subindo, descendo, qual a diferença?<br />
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Vou sonhar um dia que somente existirá minha imaginação. A única condição real é estar sozinho. Ontem me fiz de ridículo, mas isso não me afeta hoje, e pedi perdão. Esta tarde, embora ainda nada realmente aconteceu, fui andar por aí e fiz retratos anônimos. Finalmente veio a noite e acendi a luz. Finalmente, um dia de calma inventada!<br />
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Eu já ouvi esse som antes. Esta voz. Eu nunca a ouvi na minha casa. Nunca a escutei no meu quarto. Esta voz pertence a lá fora. Nas ruas. A voz me carrega para fora. A voz sem um rosto. Somente a voz. E ela penetra em meus ouvidos. Descendo até minha garganta. Eu a sinto enfraquecendo meu estômago. E então, o silêncio. E nada. E a escuridão. Eu sinto o chão nas minhas costas. Os fantasmas de março ainda estão aqui. E amanhã tudo se repetirá. Vamos todos torcer para que tudo isso termine logo.<br />
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Seria estes meus comentários mais lúcidos do que os outros?<br />
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Só o distante passado dirá quando o futuro do presente chegar. Quando o invisível se tornar visível. Quando esquecermos o passado sombrio, quando chegarmos a paz sublime. Para uma pessoa traumatizada. Há inúmeras pequenas coisas queimando dentro de mim. Se retorcendo para chegar à superfície. Um novo mundo está chamando um novo homem.<br />
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<b><i>Continua...</i></b>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-84679521646138369882017-08-01T22:35:00.000-03:002017-08-01T22:35:05.942-03:00As coisas que eu ouvi, revisitadasSer sempre sendo azedo e seco.<br>
Fingir sorrisos cordiais e simpatia.<br>
Dizer não dizendo cabeça baixa quase oca.<br>
Ouvir engolir passar outro dia de novo.<br>
Repete a fora sem razão palavras que os outros querem ouvir.<br>
Concordar sem concordar só pra ver o dia passar.<br>
Deixar de lutar batalhas de ego para não desgastar.<br>
Sentir a razão de ter evitado um problema que tinha solução.<br>
Olhar sem olhar passando em branco.<br>
Anotar na cabeça argumentos futuros.<br>
Não cobrar pelo que te cobram, não dever pelo dever que te pedem.<br>
Poder sem escolher dizer algo.<br>
Não desfazer o que foi dito.<br>
Ser o pequeno porque não há espaço para muitos grandes.<br>
Ignorar.<br>
Sorrir.<br>
Acenar.<br>
Cuidado.<br>
Ao consertar algo quebrado.<br>
Talvez você pode ser cortado.<br>
Pelos pedaços estraçalhados.<br>
Olhe para suas mãos.<br>
Estão cobertas de cicatrizes.<br>
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<img src="https://imagenes.museothyssen.org/sites/default/files/styles/width_600/public/imagen/obras/1976.3_clef-des-champs.jpg?itok=PAYa1FF6">Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-80967662777967636422017-07-27T00:06:00.000-03:002017-07-27T00:09:24.838-03:00Nenhuma estrela me alcançou hojeNenhuma estrela me alcançou hoje. Não tive que parar na frente de nenhum tanque de guerra. Não tinha chegado nem na metade do dia e já tinha tomado mais de cinco medicamentos. E um banho. E três copos de café.
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Ainda não encontrei a paz em mim mesmo. Dizem que leva anos, mas não tenho a paciência. A saída é me encontrar nela eu mesmo.
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Os níveis da minha audição estão baixos. Tenho a desconfortável sensação de estar debaixo d’água. Ouço os ruídos mais distantes. O ar pesado só sai de uma narina. A direita. As mucosas nos seios da minha face atrapalham a circulação do ar. Do ar reciclado. Do ar reciclado que os outros também respiram. Do ar respirado pelos outros. Pelos outros desconhecidos. Com suas próprias doenças desconhecidas.
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O sistema respiratório está falido. Insisto em falir eu mesmo. Continuo a fazer fumaça internamente. Os ouvidos não estalam mais. Estão entupidos. Parados. Esta é a real.
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A realidade cumpre a promessa dela mesma. Porque importa, porque registra nossa maneira de viver, porque às vezes basta. Não digo que basta para o bem ou para o mal. Apenas que simplesmente a realidade às vezes é o suficiente. Suficiente para respirar, ouvir, comer, abraçar, violentar, pensar, sonhar, sentir, viver e morrer.
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Tenho certo apego ao fracasso. Não acredito ser algo ruim. Depende do ponto de vista de quem tem sucesso. Não quero para mim o que um verdadeiro perdedor tem como recompensas. Sinto que desistir é um fetiche. A glória que existe em um fracasso verdadeiro chama minha atenção. Os fracassados têm um charme único. O brilho de um vencedor é muito irritante. Ofusca minha visão. A altura do pódio é altíssima. E eu não tenho medo de altura. Nem de me espatifar da queda livre. Mas o chão me atrai. Mais mesmo que sua gravidade obvia e inevitável. Também não é comodismo. Prefiro sempre a adaptação. Por isso o sucesso não me atrai. É preciso mante-lo. Ser invencível. Ter uma pela boa. Bons contatos. Negócios bem feitos. Mirar alto. Ser ambicioso. Não. Um tombo pequeno não me aleija. Um rosto feio evita olhares minuciosos de terceiros (ou os intensifica). Um grupo seleto me satisfaz (mesmo que por pouco tempo). Não disse quantos grupos seletos. Transito entre vários. Vários momentos.
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Eu não cultivaria plantas que precisam de água e sol todos os dias, nem de animais que necessitam cuidados especiais. Eu não me casaria com seres humanos, porque eles interfeririam o meu cotidiano e esse é cheio de pequenos cuidados com tudo aquilo que eu não me responsabilizo em ser meu. Porque a posse é algo absurdamente chato e limitador.
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<img src="http://68.media.tumblr.com/f8b89b83086af8f5cb4643bde5ecae4c/tumblr_otpmr1y5Zs1qz6f9yo1_500.jpg">Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6581595.post-70791460268849235232016-12-29T06:00:00.000-02:002017-01-31T17:09:51.116-02:00Season Finale X<a href="http://adaptations.blogspot.com.br/2015/12/season-finale-ix.html">Anteriormente em Season Finale...</a>
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Não há muito o que descrever. O dano está feito. Ela veio calma e silenciosa conforme o esperado.<br />
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É o Fim de uma totalidade.<br />
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Qual o valor de uma ausência e o peso de uma presença? Vai demorar até que eu possa sorrir de forma sincera novamente. Somente a melancolia permite a aceitação da morte e a continuidade da vida.<br />
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Enquanto espero que tudo isso termine logo percebo que na maioria das vezes não sou inerte aos acontecimento. Ao contrário, na maior parte do tempo sou selvagem. Apenas respiro. As coisas vão mudar, mas sempre via alguma violência. A violência do tempo, muitas vezes. Contamos ansiosos pelos dias da liberdade. A expansão do concreto e da fumaça oferece uma infinita expansão da decadência enquanto esperamos. É opressor, é alienante. Ameaçador, sadístico e eu quero tudo isso. O dano está feito.<br />
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Ando pelas ruas lotadas de um centro de cidade.<br />
Reparo que as pessoas parecem com a minha alma e com a palavra "melancolia".<br />
Às vezes podemos ouvir a vibração da luz. Como um barulho de repente no meio da alienação.<br />
Nós todos lutamos, amamos, trepamos, rimos, choramos e na maioria das vezes estes intensos momentos ou pensamentos ou emoções acontecem no mais banais dos lugares.<br />
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Somos as vítimas da fatalidade, não há esperança para nenhum de nós, mas se existir, ainda que nos deixe dar um último grito, um terrível uivo de agonia, um berro desafiador, apenas talvez um choro numa batalha. Chega de sofrer. Deixem os mortos enterrarem os mortos. E nós, os vivos, vamos dançar para celebrar uma última e agonizante dança, porém uma dança verdadeira.<br />
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Se alguém disse alguma coisa, desculpe. Não ouvi direito. Não tenho a mínima ideia para onde estou indo, mas eu sei que não está acontecendo pela última vez. Todas as noções dos meus movimentos são incertos. Nesta temporada eu passei pelo desconhecido novamente. Todas as pessoas alcançaram sinais de enigmas. Se eu alguma vez fiquei preocupado em me entregar à insanidade, foi aqui e agora. A imersão nos estigmas, nos objetos, nas visões... eu preciso disso. Nós precisamos e eu quero muito isso. Se eu em breve perder o controle, vou definitivamente ter a esperança em continuar a sorrir com meus fones de ouvido, como bêbados ou os idiotas. A ficção é a única saída.<br />
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Não resta nada. Agora quero pelo inesperado. Espero por algo que eu nunca vi antes.<br />
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Contra o progresso, a perenidade.<br />
Contra a abstração, o concreto.<br />
Contra a revolução, a tradição.<br />
Contra a política, a metafísica.<br />
Contra a natureza, uma estética.<br />
Contra o igualitarismo, a hierarquização.<br />
Contra fantasmas, os espectros.<br />
Contra o ceticismo, a fé.<br />
Contra a arquitetura, a música.<br />
Contra a visão, a fotografia.<br />
Contra a morte, a vida.<br />
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<b>Continua...</b><br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0