27.8.05

Hora de Voltar

O novato
diretor Zach Braff
realiza um
filme maduro,
mostrando que tem
talento pra contar
histórias.

Andrew Largeman é um ator em início de carreira,que tem uma coleção
inacreditável de remédios psicológicos no seu armário
do banheiro.Mora em Los Angeles e também trabalha como garçom.Recebe
um telefonema de seu pai,avisando que sua mãe morreu,fazendo com que
volte para New Jersey,sua cidade natal,para,além de ir ao funeral, tentar
melhorar seu relacionamento com o pai.Acaba se reencontrando com velhos amigos
e uma nova garota vai mudar sua vida sem estímulos.

Dirigido,escrito e estrelado por Zach Braff (da série
de tv Scrubs),Hora de Voltar,é um filme simples,cativante,que
explora tantas outras histórias já mostradas cansativamente por
Hollywood : o fato de mudar sua vida.Mas esse filme independente,tem algo a
mais,Zach Braff juntou todas suas lembranças da infância,adolescência
e começo de carreira e juntou tudo num filme muito simpático que
resulta numa quase autobiografia.

Diferente do que faz na série de TV,Zach se mostra totalmente maduro,responsável
em criar uma atmosfera animada,com tênues depressivas e trilha sonora
britpop e alternativa.Natalie Portman,que interpreta Sam,atua
com uma delicadeza emocionante,criando uma personagem toda carismática,cheia
de personalidade e totalmente indie.

No roteiro,Zach se atrapalha deixando a relação entre pai e filho
para o final,como algo rabiscado,mas Hora de Voltar,não perde
todos seus méritos como um ótimo filme indie,ganhador de vários
prêmios e críticas positivas da imprenssa.Fotografia perfeita,mescla
a juventude com o tema familiar de forma despercebida,criando também
distorções com cenários e cores.

Na trilha sonora,uma verdadeira playlist pessoal do diretor,que conta com Coldplay,The
Shins,Iron and Wine,Simon and Garfunkel,Frou Frou
,entre outros.
Recomendo para Ludy porque gosta da Natalie Portman;
e para Lola porque gosta de som alternativo.

17.8.05

Batman Begins

Novo
Batman
deixa para
trás
todo seu
passado
colorido.

Batman Begins,conta o que Batman deveria ter contado: a origem do homem-morcego.Bruce Wayne teve seus país assassinados em sua frente ainda quando pequeno,herdando toda a fortuna e empresas do seu pai.Determinado em esquecer tudo,Bruce parte para uma jornada onde aprende todos as artes de luta que possa ser ensinada,onde foi treinado pelos dicípulos de Ra`s Al Ghul.Voltando para Gothan City,descobre que a corrupção da polícia e a violência tomam conta da cidade,fazendo com que adote a figura assustadora de um morcego.


Dirigido por Christopher Nolan (Amnésia),o novo Batman faz você esquecer de filmes anteriores como Batman e Robin e Batman Eternamente,que apresentavam vilões coloridos,um herói brincalhão e origens mal contadas,sem esquecer dos ótimos Batman e Batman,o retorno,dirigido por Tim Burton e estrelado por Michael Keaton,que foi na verdade uma péssima escolha.


O Batman da vez é Christian Bale,ator de ótimos filmes alternativos que agora entra para o mundo comercial,sem corromper sua atuação de combatente do crime e provando ser um herói assustador.Alfred é Michael Cane,perfeito com suas tiradas britânicas;o não ainda comissário Gordon é vivido por Gary Oldman,que aproveita para se destacar entre o elenco.O desconhecido Cillian Murphy faz Jonathan Crane,também conhecido como Espantalho um dos vilões do filme,que também conta com Ken Watanabe,como Ra's Al Ghul;Katie Holmes faz a mocinha do filme,o que acaba por estragar,mas só um pouquinho;e Liam Neeson interpreta Henri Ducard,o professor de artes marciais de Bruce,o elenco ainda conta com Morgan Freeman (Lucius Foz) e Tom Wilkinson (Falcone).


Batman Begins é um filme totalmente dark,o que preza ainda mais a adaptação de um dos meus heróis favoritos e significa a retomada da DC Comics no cinema,graças também ao sucesso de sua concorrente Marvel Comics,milionária com Homem-Aranha,X-men,etc...


Roteiro construtivo,fotografia específica (Gothan nunca foi tão fria e escura) e trilha arrasadora (toda instrumental) e com um final que aponta para uma óbvia continuidade,Batman Begins é uma das melhores estréias de 2005.E que venha Superman Returns (2006),com um uniforme quase todo mudado e com cara de "hein?".

11.8.05

Bridget Jones No Limite da Razão

Bridget Jones tem que
segurar seu namorado
(e o sucesso do
filme anterior),
nessa continuação
inferior ao
primeiro.

Depois de 6 semanas de namoro,o que parece maravilha se transforma em dúvidas para Bridget Jones (Renée Zellweger).Mark Darcy (Colin Firth) parece mais arrogante e chamando a atenção de uma tal Rebecca,o que faz Bridget ficar preocupada com o futuro do namoro.E o pior,ainda tem que trabalhar com seu ex,o agora apresentador Daniel Cleaver (Hugh Grant).
Eu sou apaixonado pelo primeiro filme,já assisti mais de 10 vezes,e me decepcionei muito com essa continuação.



O filme,com roteiro cheio de falhas,se preocupa mais em diversificar locações do que recriar o clima do antecessor,transformando o filme em um programa sobre viagens,ironicamente,o programa apresentado por Bridget e Daniel.Reforçando mais piadas físicas do que pensamentos hilários de Bridget,o filme parece até que é mais longo do que parece,chegando até a se arrastar e sempre trocando de cenários,resultando num desnorteamento total !Numa hora você está esquiando em Aspen,depois está nadando sob efeitos de cogumelos mágicos na Tailândia (a melhor cena do filme).



Puxando a mesma cadeira para a outra opção de Bridget,seu ex volta dizendo que está com saudade e tal,mas mesmo assim continua o garanhão de sempre; e ainda há uma cena de tráfico de drogas,que resulta numa prisão na Tailândia,o que acabou com a magia e charme do filme.


O que senti falta também foi da ótima trilha sonora do antecessor.A trilha de Bridget Jones no Limite da Razão é péssima.Só pra se ter uma idéia,quando eu ouvi Beyoncé, eu engasguei.
O filme só chega a ser bom pela atuação de Renée Zellweger.Só.

3.8.05

Closer - Perto Demais

Um filme cheio
de verdades,
atuações perfeitas,
direção madura
e o charme cinzento
de Londres.


Dan (Jude Law),um jornalista de obituário,conhece Alice (Natalie Portman) sendo atropelada.Daí,a desconcertante nova-iorquina recém chegada em Londres conquista o coração de Dan.Numa sessão de foto,para o livro escrito por Dan,o escritor conhece Anna (Julia Roberts),recém divorciada e interessantíssima fotógrafa,com quem se apaixona loucamente.Passando-se por Anna num chat online,Dan marca um encontro com Larry (Clive Owen) num local onde Anna frequenta.Larry conhece Anna e daí surge uma coincidente paixão.Numa exposição de fotos da Anna,Larry finalmente conhece Alice,musa de Dan em seu livro fracassado.Surgindo entre os dois uma intimidade espontânea.



Dirigido por Mike Nichols (A Primeira Noite de um Homem) de forma extremamente madura e responsável,arrancando atuações belissímas de todos,em destaque para Julia Roberts,sempre marcada por comédias românticas,nesse ela mostra que tem muito talento para dramas,no seu melhor papel,Jude Law também está perfeito,sem pieguisses.O filme mostra a paixão que um sente pelo outro.Paixão,e não amor.Em nenhum momento é levantada a hipótese que exista amor na relação dos quatro,o que em muitos casos é a pura verdade.A paixão,a frenética sexual e o egoísmo transbordam nesse filme onde ninguém é de ninguém,mas a possessão,obsessão por alguém existe.



A direção de fotografia está maravilhosa,mostrando todo o charme frio de uma Londres cinza.A trilha sonora,em destaque pela música "The Blower's Daughter" cantada por Damien Rice,também está magnifíca,ouvindo também Bebel Gilberto.



Roteiro de Patrick Marber,baseado em sua peça de teatro,marca com diálogos geniais e acima de tudo,verdadeiros.Em relação a outros filmes,esse é o melhor trabalho de Nichols,mostrando quem fez um filme todo voltado para adultos,com atuações maduras,concretizando uma verdade cruel.

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