28.6.13

Mais uma paixão interrompida

Mais uma paixão que vai embora. Mais uma fase platônica que acaba. Mais uma cicatriz. Mais um espaço no coração preenchido e vago. Mais um cheiro para a coleção. Mais um olhar eterno para a memória. Mais um sorriso inesquecível para a lembrança. Mais uma voz que se cala. Mais um caminho não tomado. Mais uma desilusão encantadora. Mais um destino não deslumbrado. Mais uma parte incompleta. Mais um pensamento exterminado. Mais uma abertura inútil. Mais uma felicidade falsa. Mais uma mágica não revelada. Mais uma cortina que se fecha. Mais um nome impronunciável. Mais uma lágrima que se seca. Mais uma esperança. Mais uma noite sem luar e sem estrelas. Mais uma força na fraqueza. Mais uma doença curada. Mais uma espera que não veio. Mais um veneno que não envenenou. Mais um dia que não amanheceu. Mais inspirações apaixonantes. Mais poemas dispensáveis. Mais músicas memoráveis. Mais danças não dançadas. Mais carinhos que machucaram. Mais momentos capturados. Mais uma boca não beijada. Mais uma insônia. Mais uma autoenganação. Mais um ataque de ansiedade. Mais um frio na barriga. Mais suor nas mãos. Mais arrepios nas costas. Mais borboletas na cabeça. Mais risadas sem motivos. Mais um sentimento não dividido. Mais uma rejeição imaginária. Mais uma carta não enviada. Mais um capitulo não escrito. Mais uma frase não ouvida. Mais uma saudade. Mais uma paixão interrompida.

27.6.13

O rosto

Hoje vi algo que não costumo ver. Meu reflexo. E fiquei surpreso ao ver algo que antes só sentia. Vi um rosto em preto e branco. Um rosto velho que reconheci como tristeza. E cansaço. Um rosto exausto. Um olhar negro e vago. Perdido e profundo. Um olhar morto. Um rosto Que desistiu de ser rosto. Amarrotado. Bochechas crateras gordurosas. Com barba branca, desgrenhada e feia. Uma barba que ofenderia alguém. Tinha um nariz. Uma massa redonda e cinza flutuando na órbita do rosto e segurava um óculos sujo e engordurado que estava querendo fugir do rosto. Não vi lentes nesses óculos. Uma boca. Um rasgo horizontal e carnudo que tinha acabado de dar seu ultimo sorriso. Um sorriso sem vontade. Uma tentativa fracassada de tentar mudar o rosto. Atrás do rosto uma corcunda imaginaria cheia de problemas e pensamentos inúteis. Como este.

12.6.13

Base

Eu preciso me entregar a alguma forma de escape. Uma energia se espalha pelo meu corpo. Sinto sua presença pelo peso. Sua origem é de certo minha cabeça, que não parece mais suportar a responsabilidade de permanecer levantada. Ela pende para baixo. Quer ser base. Mas já não eh essa a função da cabeça? Uma base invertida? Essa energia pesada se espalha como a correnteza de uma represa aberta. Não há ralo para escoar. Preciso criar um urgentemente antes que eu me afogue no meu próprio corpo. Essa energia é física. A sinto como um epicentro de um terremoto um pouco abaixo do meu ombro esquerdo. Espalhando pontadas. Desconforto. Preciso deitar. Ser uma base nivelada sem nada por cima. Mas como uma base pode ser base quando não há nada para ser sustentado?

10.6.13

11 para 67

Ah Eve... Um ano que parece décadas... Vocês não estão esquecidos... Apenas estou inundado com pensamentos e obrigações de uma temporada complexa... Revisito sempre Campo Grande através das fotos e sensações únicas que sua cidade e seus moradores produziram em mim... Sinta-se abraçada, beijada e apertada... Sempre te amei do meu jeito... Senão especial, único! Beijos...

Anteriormente