31.12.05

Sin City

Moderno,
violento e
genial !

O melhor
filme
do
ano !

Dirigido por Robert Rodriguez (Pequenos Espiões) e também pelo criador das histórias em quadrinhos,Frank Miller (da também ótima Cavalheiro das Trevas),Sin City revoluciona o modo de levar HQs para as telas,fazendo até melhor do que uma adaptação.Com a ajuda do próprio criador,os dois dão vida às revistas,ao juntar três grandes histórias num filme ganancioso e ousado.Que é dividido em três histórias:

Sin City
Marv é um cara durão,diferente de outro caras durões de Basin City.Ele é foda.Depois de uma noite de incrível sexo com uma deusa chamada Goldie,Marv acorda com o defunto da linda Goldie ao seu lado.Ela foi a única que o escolheu por algum motivo,que não ligou para sua aparência horrenda,e o escolheu para proteje-la.Marv jura vingança.Vingança suja,sangrenta e barulhenta,assim como ele.No decorrer de sua satisfação sangrenta,Marv acaba entrando em um jogo perverso e sujo,até mesmo para uma cidade como essa.Entra no caminho de um canibal psicopata e de um cardeal do alto clero da Cidade do Pecado.



The Big Fat Kill
Um policial morre na Cidade Velha de Basin City.Além de ser um policial,Jackie-Boy também é um herói que tem seu nome mencionado em jornais.Um policial de merda também.Maltrata sua namorada,que como fuga,encontra Dwight,um cara linha dura e amigo das prostitutas que governam a Cidade Velha.Elas são a lei lá.E faz parte da lei,como dizia o acordo,que os policias se afastam e só entram pela diversão,pagam e vão embora.Vivos.Mas um policial morreu na Cidade Velha.É o começo de uma guerra.E com a ajuda de Dwight,Miho,Gail e muitas outras protitutas armadas,irão resgatar o direito de mandar na Cidade de novo.É o ínicio da uma grande matança.



That Yellow Bastard
Depois de salvar Nancy,de 11 anos,da mão de um pedófilo filho de um senador manda-chuva,o policial honesto Hartigan,prestes a se aposentar,é baleado diversas vezes e levado ao hospital.Mas antes disso,Hartigan se divertiu com o filhinho do senador,arrancando-lhe suas duas armas e atirando em sua orelha.Com a ajuda do senador,a culpa pelos estrupos caem em cima de Hartigan,que vai parar na prisão.A única coisa que faz com que ele resista são as cartas que nos longos oito anos tem recebido de Nancy.Até que as cartas cessam,fazendo com que o velho Hartigan se preocupe com a menina,agora mulher.Confessando todos os crimes,Hartigan sai da prisão e sai a procura de Nancy.Mas algo ainda atormenta sua vida.Há um assassino amarelo os perseguindo.



Com a participação do amigo Quentin Tarantino (Kill Bill),dirigindo uma cena (uma conversa entre Jackie-Boy e Dwight num carro),Sin City é movimentado,um filme de ação,thriller,noir e repleto de humor negro.As cores predominantes são o branco e o preto,mas com o aparecer de cores primárias como o vermelho das protitutas e do sangue,o amarelo do assassino e o azul das sirenes policias,começam a aguçar os sentimentos transbordando em extase total.

24.12.05

Uma Vida Iluminada

Elijah Wood faz
você esquecer Frodo
de vez,atuando
perfeitamente num
filme bem dirigido,
cativante e
bonito

Jonathan é um jovem judeu americano que parte para a Ucrânia para procurar Augustine,uma mulher que salvou seu avô dos nazistas na Segunda Guerra Mundial.Com a ajuda de Alex,que fala um inglês todo estranho e engraçado,parte num carrinho apertado guiado pelo avô de Alex,que finge ser cego e sua cachorra-guia Sammy Davis Jr. Jr.


Primeiro filme dirigido por Liev Schreiber,que roteiriza o livro de Jonathan Safram Foer,que mescla auto-biografia e ficções inteligentíssimas.Schreiber acerta na fotografia,principalmente nas cenas nos campos de girassóis e nas estradas voltadas para o horizonte.Elijah Wood se perde totalmente no estigma de Frodo,da trilogia O Senhor dos Anéis,como aconteceu do Mark Hamill de Star Wars e Michael J. Fox em De Volta para o Futuro.


Não só Elijah que faz o filme.A parte cômica está nas mãos de Eugene Hutz e Mikki,Alex e Sammy Davis Jr. Jr.,respectivamente,e na parte emotiva,entra Boris Leskin como o supreendente avô de Alex,numa das mais simples e emocionantes atuações que eu já vi,ajudando mais ainda na beleza ingênua e fraternal do filme.


O filme expõe a relação entre avôs e netos,e a busca de deixar uma algo aqui,ao acaso de alguém quiser saber sobre mim,me encontrar,saber se eu existi ou não.”Tudo se ilumina à luz do passado” diz Alex no final.Jonathan é mostrado como colecionador de momentos,com medo de esquecer o que presenciou,coletando diversas coisas como batata,terra de um lugar,dentadura e outros objetos estranhos,mas que é usado no filme como metafora por esse medo do esquecimento,sempre preso ao passado,ao invés de deixa-lo te iluminar como sempre fez e sempre fará.

Boas Festas !!!

16.12.05

Harry Potter e o Cálice de Fogo

Nova aventura
do bruxo se supera
no humor e
na aventura,
sendo o
melhor que
os anteriores

Depois de um ataque dos Comensais da Morte na Copa Mundial de Quadribol,o mundo dos bruxos está cada vez mais alerta com o possível retorno de Lord Voldemort.Mas isso não impede de que em Hogwarts celebre o Torneio Tribruxo,onde 3 campeões de diferentes escolas são submetidos a 3 tarefas dificies e perigosas.Mas além de Fleur Delacour da escola Beauxbotons,Victor Krum da Durmstrang e Cedrico Diggory de Hogwarts,o bruxo Harry Potter é selecionado pelo cálice de fogo,o que não deveria acontecer,pos ele é menor de idade.




Dirigido por Mike Newell (Quatro Casamentos e um Funeral),que finalmente explora o humor inglês dos livros da multimilionária J.K. Rowling,o que faltava nos filmes anteriores;e também deixa o filme mais sombrio,assustador,fazendo Cálice de Fogo ser o melhor filme da cinesérie Harry Potter,com efeitos mais realistas,história mais condensada,fazendo um ótimo resumo das mais de 500 páginas do livro.




A única coisa que estraga o filme,ironicamente,é o Harry Potter.Daniel Radcliffe não sabe atuar,ele não consegue chorar,nem se expressar,ele só consegue falar e dar a aparência quase perfeita de um Harry Potter imaginário.Os seus colegas Emma Watson e Rupert Grint,Hermione e Rony,respectivamente,são dois adolescentes que já atuam muito bem,mesmo dramaticamente ou até fazendo humor,que é o caso de Rony Weasley e de seus irmãos Fred e George,que são detalhes a parte,ótimo !
Outro ator que rouba a cena é Ralph Fiennes que encara um Lorde Voldemort sem nariz,caricato e cínico !




A partir de agora só se espera o melhor dessa série milionária,porque como Hermione diz no final do filme,tudo vai mudar.Mas as mudanças já começaram no quarto filme.Eles não são mais crianças,o filme com certeza não é mais voltado para elas.Além de ser mais assustador,o filme tem fortes insinuações sexuais,na qual uma personagem fantasma,Murta que Geme,literalmente geme em cima de um Harry Potter ;além de morte gratuita !
Sem contar com dois integrantes do Radiohead e um do Pulp,fazendo a banda bruxa As Esquisitonas,compondo uma música feita especialmente para o filme.

11.12.05

De Jeca Tatu a Homer Simpson

Processo de
modernização
põe fim ao ciclo
histórico
do personagem
criado
por Monteiro Lobato,
exemplo acabado
de "homem cordial",
que foi
substituído
pelo joão-ninguém
do desenho da TV
norte-americana

FRANCISCO ALAMBERT
ESPECIAL PARA A FOLHA

Era uma vez um episódio da série "Os Simpsons" que causou comoção nacional. A família dos "típicos" americanos apatetados veio parar no Rio de Janeiro, andou entre macacos, miseráveis e traseiros avantajados. Foi quase um incidente de segurança nacional, mobilizando diplomatas, deputados e críticos culturais.Afinal, depois de oito anos de FHC, privatizações, aberturas à realidade contemporânea, gente chique em Brasília, poliglotas em casa de trogloditas, como é que pode Homer Simpson nos achincalhar?Mas nós já tínhamos a TV Globo para defender a "cultura brasileira". Mais recentemente a empresa fez até seminário em uma universidade católica paulista, com atores em mesas-redondas, sacando da manga Ariano Suassuna -que é quem sempre se saca quando se precisa de comédias de nacionalismo explícito. O circo estava armado. Guel Arraes, "Hoje É Dia de Maria", os lançamentos da Globofilmes, tudo veio para encher de cor local o esquema do lulismo neotucano: paz e amor, verde-e-amarelo, céu azul de brigadeiro para o prometido "espetáculo do crescimento". Há um dedinho de Homer nisso tudo.As más-línguas dizem que esse súbito amor telúrico tem mesmo a ver com empréstimos do BNDES (que William Bonner, segundo o artigo do professor Laurindo Leal Filho para a revista "Carta Capital", cita como exemplo de coisas que o brasileiro-Homer não é capaz de entender, sobretudo, penso eu, porque ninguém quer lhe explicar), mas o fato é que eles não estão sozinhos nessa maré. Defensores das originalidades nacionais andaram chiando com a moda do Halloween (há bons episódios da turma de Homer sacaneando o Halloween), opondo a essa importação indevida a figura de nosso tão típico Saci.

Brasileiro a ser superado
O Saci é uma entidade sacramentada pelo gênio nacional-desenvolvimentista de Monteiro Lobato: o negro sem-terra, decepado de uma perna, sofrido, mas muito irônico e atrevido (eu gosto bastante do Saci).O mesmo Lobato sacramentou o tipo ideal do brasileiro a ser superado na figura do Jeca Tatu, que é o que éramos até recentemente (pelo menos segundo gafe famosa de FHC). Salvo engano, a figuração socioistórica do Jeca era o "homem cordial" de Sérgio Buarque, que seria suprimido pelo processo de modernização. Enfim, o futuro chegou. De jecas nos tornamos homers simpsons.Enquanto a Globo exercita a sua sociologia histórica baseada em tipos ideais, a ordem econômica segue mais xiita que o FMI, a "globalização" na forma do financismo tucano segue incólume e o PIB segue ladeira a baixo.Mas os globalizados brasileiros da Globo, depois que o "cinema da retomada" exorcizou a "herança maldita" do cinema novo, pelo menos podiam "ver seu rosto" na seqüência lógica do bordão da era tucana: de gente que faz à gente que não desiste. E agora, quando voltava o Saci, vem o Bonner e diz que a gente que fez é no fundo a cara do Homer?De minha parte, não vejo muito mal nisso (eu gosto bastante do Homer também). Os Simpsons descendem do melhor que a televisão norte-americana criou como crítica radical de sua auto-imagem heróica.

Agente 86
Um de seus predecessores mais notáveis é o Agente 86, morto recentemente. Morreu na hora certa, já que a sátira do herói americano da CIA hoje é uma raridade, quase uma subversão. Só existe em um outro desenho, "American Dad" (a falta de sutileza do trocadilho sonoro é obra dos autores da série), que aliás passa no mesmo canal de TV a cabo que os Homers brasileiros não podem pagar para ver.Digam o que quiserem, mas, quando comparou o brasileiro médio (tucano ou lulista) com Homer, Bonner finalmente nos deu o aval que tanto esperávamos: entramos no Primeiro Mundo! Mas nosso lugar não é nem na Miami da era Collor nem na Washington do Consenso de Malan-Palocci. Somos sim parte dos campos da primavera, a Springfield dos monstrengos, bocós, sádicos e cínicos que vivem à sombra da catástrofe.

Cacos de sonhos
No momento em que Bonner nos fazia a revelação de nosso rosto e de nosso destino global para consumo próprio, seu jornal liberou três notícias em seqüência: um longo necrológio de (o ex-deputado) José Dirceu, uma breve notícia da CPI da Terra (na qual a direita latifundiária armou para fazer da constitucional invasão de terras improdutivas um ato de terrorismo como nem o presidente do país de Homer jamais imaginou) e o retrato mais bruto da barbárie, o incêndio de pessoas em ônibus no Rio que o bom Homer achincalhou tão docemente.Ou seja: o fim melancólico de uma esquerda de aparelho que desmontou a esquerda petista antes de morrer pela boca; as cenas explícitas de luta de classes, na qual o MST, que ainda apóia Lula, e os pobres mais pobres recebem a sua "guerra preventiva"; e o caos "puro" e simples.Não sei se Bonner colocaria esses acontecimentos no rol das "notícias complexas". Mas nem seu jornal (nem jornal nenhum), nem os defensores do Saci, nem as ONGs, nem os inteligentes descolados, ninguém junta uma coisa com a outra. Primeiramente porque, em tempos pós-modernos, juntar uma coisa com a outra é "marxista" demais, racional demais.Segundo porque talvez os pedaços não se juntem mais mesmo e sejam apenas isso: cacos reais de sonhos que se quebraram de tal modo que todas as imposturas, de Homer e de Bonner, são possíveis. Eis aqui o retrato do Brasil a golpes de dialética global: na época em que os cientistas sociais falam em "brasilianização" do mundo, a Globo milita pela homerização do Brasil enquanto a esquerda vira direita, a direita vira extrema direita e os pobres colocam fogo nos pobres. A verdade está nos desenhos da TV paga.

Francisco Alambert é professor de história social da arte e história contemporânea na USP. É autor, com Polyana Canhête, de "Bienais de São Paulo - Da Era do Museu à Era dos Curadores" (ed. Boitempo).
Folha de S. Paulo,11 de dezembro de 2005

5.12.05

Casa de Areia

Mãe
e filha
atuam num
dos filmes
mais
belos
já feitos

Família que comprou uma propriedade em meio do nada,são abandonados por amigos,tendo depois o patriarca morto.Aurea,grávida, tenta sobreviver num ambiente quente e árido com a mãe,já de idade.Conhecem Massum,pescador da região da “ilha”,única área verde do local.Assim,gerações passam e o ambiente continua o mesmo,mudando apenas as emoções de cada.A história começa no Maranhão em 1910 e termina em 1969.



Andrucha Waddington (Eu,tu, eles) dirige esposa e sogra sobre um roteiro simplório mas que surpreende num visual maravilhoso com atuações dignas,tanto a experiente Fernanda Montenegro,Fernanda Torres e Seu Jorge (o Mané Galinha de Cidade de Deus),que se empenha demasiadamente convincente.Numa fotografia vertiginosa adestrada numa trilha que só aparece no final: Prelude Opus 28, nº15 de Chopin.Excelente.




A história começa,curiosamente,onde filmes nacionais antigos que retratavam o exodo da seca no nordeste,fazendo com que familias inteiras saiam em busca de moradias melhores.Me perguntaram qual era a moral da história.Depende do ponto de vista.Aurea nunca abandonara as dunas,mesmo antes querendo isso acima de tudo.E no final,emocionadamente,descobre que não perdeu nada saindo de sua casa na areia e seu amor.


29.11.05

Eleven

Parece que foi ontem.
Em 94 quando entrei pra escola onde minha vó
foi inspetora por 25 anos,e minha tia que até hoje dá aula...

Onze anos...estudando e convivendo com muitas pessoas diferente.
Onde aprendi a ser eu mesmo,ou me espelhei em outros,ou para melhora pessoal
ou como espelho maldito e errado.

Terminou essa época da minha vida.
Não a época de aprender,mas a época de escola,adolescência e tal...
Muitas histórias pra contar,muita gente que conheci e depois fingi não conhecer,e outras claro,inesquecíveis,que me marcaram,tanto para o bem como para o mal.

Não vou ficar escrevendo sempre os mesmos clichês de fim de aulas,mas vou ser curto.
Nesses últimos dias,fiquei contando os dias para acabarem as aulas,literalmente cuspindo no prato em que comi.
Mas vendo um trabalho de uma professora de português,mandando um recado para os alunos,com fotos dos últimos anos...vou sentir falta,muita falta.


Para os professores chatos,para os professores amigos,que são poucos.
Para os ignorantes aos mestres de verdade.
Para amigos e inimigos.
Para verdades e mentiras.
Para mim.
Dedico esse post.



"O passado já era para nós, mas não nós para o passado."
Frase do filme Magnólia

9.11.05

Em Busca da Terra do Nunca

Deixe
livre
sua
imaginação
na criação
de

Peter Pan.

J.M. Barrie (Johnny Depp) não obteve sucesso em sua
mais nova peça,ainda enfrenta um distanciamento com sua esposa,mas num
passeio pelo parque conhece a viúva Sylvia Davies (Kate Winslet)
e ensina para seus filhos (George,Jack,Peter e Michael),que a imaginação
é o fruto de tudo,tendo neles a inspiração para uma nova
peça de teatro.Sylvia sofre com a mãe autoritária (Julie
Christie
) que só quer o bem da filha e dos netos.



Quando eu vi A Última Ceia,de Marc Foster,diretor
de Em Busca da Terra do Nunca,eu senti que toda minha felicidade
tinha saído do meu corpo,eu fiquei extremamente triste e inconformado
com tanta angústia gerada pelas personagens do filme.Mas me senti totalmente
diferente quando assisti Em busca da Terra do Nunca,me senti totalemente emocionado
com a envolvente história de imaginação e sentimentos,conduzidos
perfeitamente pelo diretor,num roteiro baseado em fatos reais,mas que se mistura
genialmente com a fantasia.



Um espetáculo a parte são os atores.Tanto como Johnny Depp,Kate
Winslet e as crianças,especialmente Peter (Freddie Highmore),que
transborda de talento,como o garoto que influenciou Sr. Barrie a criar Peter
Pan
,mas ironicamente Peter é diferente do garoto que nunca cresce,ele
quer ser adulto depressa,porque acha que assim,não sentirá mais
a dor da falta do falecido pai.



Toda a Terra do Nunca foi criada com a ajuda do cotidiano de Barrie,assim
como o fim de sua infância,decorrida à morte de seu irmão
quando era menor e o sofrimento de sua mãe.
Os efeitos especiais agem naturalmente no filme ajudando a criar o mundo eterno
de Barrie,assim como a trilha orquestral,totalmente clássica que mescla-se
com a fotografia de uma Londres de 1903.



Mas toda essa convivência fantástica com os filhos de Sylvia teve
um fim trágicoe sombrio,quando,em 1915 George morreu em ação
na Primeira Guerra Mundial,Michael em 1921 morreu afogado e Peter,depois de
23 anos da morte de J.M. Barrie,cometeu suicídio em 1960.


Barrie e Michael brincando.

31.10.05

Sideways - Entre umas e outras

Em busca de
vinhos,
mulheres e
diversão,
dois amigos acabam
em busca deles
mesmo.

Miles (Paul Giamatti) viaja com Jack (Thomas Haden Church),que vai se casar,numa espécie de despedida de solteiro por uma semana.Miles planeja uma viagem parando sempre em vinícolas para degustar os melhores vinhos,vício moderado de Miles.Jack quer se dar bem com mulheres e aproveitar essa última semana de solteiro,que acaba se apaixonando por Stephanie (Sandra Oh) e querendo que seu amigo depressivo conquiste Maya (Virginia Madsen).


Os destaques dessa deliciosa comédia são vários.A partir de um roteiro baseado num romance,o diretor e roteirista Alexander Payne (Confições de Schmidt) constrói uma aventura bem humorada em reconhecimento pessoal com alguns clichês,mas sequências recheadas de humor sofisticado,como uma boa garrafa de vinho.


Paul Giamatti faz-se surgi da rotina de sempre interpretar papéis coadjunvantes (mas sempre bons),assim como fez no excelente Anti-herói americano,que junto com Thomas Haden Church (o mais novo ator contratado da cine-série Homem-Aranha,como o vilão Homem-Areia) se conectam como vinho e queijo,numa química clichê,mas que dá certo,baseado no fato de se auto-conhecer.


Com fotografias situadas em vinhedos californianos,belas paisagens e até dicas de como se apreciar um bom vinho,em restaurantes finos,junto com uma trilha simples mas bacana,faz desse filme independente um dos melhores lançamentos.

26.10.05

Marvin State

"Eu tenho alguma idéia original na minha cabeça careca ?Se fosse mais feliz,vai ver meu cabelo não caía.A vida é curta e devemos aproveitá-la ao máximo.Hoje é o 1º dia do resto da minha vida.Sou um clichê ambulante...Se não adiasse tudo seria mais feliz.Passo os dias sentado.Se tivesse uma bunda menor,seria mais feliz.Não usaria camisa pra fora.Como se enganasse alguém.Bundão!Devia voltar a correr...8 Km por dia.Sério,dessa vez.Podia fazer alpinismo.Preciso mudar de vida.Como ?Preciso me apaixonar...arranjar uma namorada.Preciso ler mais,estudar...Patético,não é?Seja sincero e seguro.Só.É o que atrai as mulheres.Homem não precisa ser bonito.Isso não é mais verdade hoje.O homem sente a mesma pressão que a mulher.Por que vivo me desculpando por ter nascido?Vai ver é química do meu cérebro.É isso!É químico!Meus problemas e a ansiedade derivam de um desequilíbrio químico...sinapses errantes.Preciso me tratar.Mas vou continuar feio.Nada vai mudar isso."
Inseguro e punheteiro = loser
Trecho do filme "Adaptação"
Trecho de hoje.
Do meu dia.

"Acho que devo avisá-los que estou bastante deprimido."
Marvin


Versos Íntimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Augusto dos Anjos


[last lines]
So what do we do? What do we do?
Zach Braff, Hora de Voltar (Garden State)

15.10.05

Huckabees - A Vida é uma comédia

Comédia existencialista
independente
surpreende ao
mostrar que tudo
está relacionado,
mesmo que seja
diferente.


Dustin Hoffman e Lily Tomlin são dois detetives diferentes.Invés de selecionar crimes,são contratados por seus clientes para investigá-los e tentar solucionar seu problemas pessoais,que vão desde crises existências a coincidências pertubadoras.
O poeta e ativista Albert Markovski (Jason Schawartzman) os contratam para solucionar apenas uma coincidência,mas acabam descobrindo que a vida dele é muito mais complexa.Sempre tendo seu tapete puxado pelo executivo de vendas Brad Stand (Jude Law,hilário),que quer destruir uma das áreas defendidas pelo ativista e construir mais uma franquia da loja Huckabees,que ainda tem que aturar Naomi Watts,modelo da loja,que agora está em crise de indentidade.A investigação se complica quando Albert se junta com Tom (Mark Wahlberg),que sofre pela indagação do contínuo uso de petróleo;e Cauterine Vauban (Isabelle Huppert),a inimiga do casal de detetives.



Digirido e co-escrito por David O. Russel (Procurando por Encrenca,Três Reis),Huckabees é uma comédia existencial complicada pela primeira vista,mas bem definida e interessantíssima,com atuações hilárias e ao mesmo tempo esquisitas.



É um filme que faz pensar e tenta mudar sua vida.Se em Hora de Voltar,você muda de vida pelo amor,aqui é pela visão da realidade e da conectividade geral.Eu sou você e você sou eu,mas mesmo assim eu e você não existimos.
Complicado ?
Huckabees é pura filosofia de bêbado e chapado,mas se prestando atenção,vendo mais seriamente,pode se transformar em filme base para debates,conspirações do Universo,da vida e tudo o mais.



Divertido,as vezes lento,mas com uma trilha magnífica e grudenta composta pelo mestre Jon Brion (Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças),Huckabees é para ser pensado e não é um filme para todos.
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It's the End of the World !

30.9.05

2 filhos de Francisco

A origem da
mais sucedida
dupla
sertaneja
vira filme
e faz
sucesso (!!!)

De origem humilde,Francisco sonha em ter seus dois filhos mais velhos,cantores sertanejos.O final você já sabe:fazem imenso sucesso e depois viram "garotos-propaganda" de uma loja de móveis popular,abandonando o sertanejo e adotando o romantismo.Mas o que realmente mostra no filme é a dificuldade que "seu Chico" teve para realizar seu sonho,os de seus filhos e tirar a família da miséria.


Dirigido por Breno Silveira (diretor de fotografia de Eu,tu,eles),o filme é um espetáculo visual,explorando a natureza (no bom sentido) e aproveitando todos os ângulos,mostrando uma Goiania cem por cento fiel,mas que peca lamentavelmente quando a dupla chega em São Paulo,deixando aparecer em cena símbolos,roupas e lugares que não existiam no final da década de 80 e comecinho dos 90.Os olhos atentos verão no ônibus um cartaz comemorativo de 450 anos de São Paulo.Mas se levanta com o roteiro bem estruturado e atuações convincentes.


Quem rouba a cena é a dupla no comecinho da carreira quando eram Camargo e Camarguinho,Dablio Moreira (Mirosmar/Zezé) e Marco Henrique (Emival) que tem uma química em frente as câmeras de surpreender !Destaque também para Ângelo Antônio como o pai da dupla e para Dira Paes (a Solineuza de A Diarista) que vive Dona Helena,mãe de Zezé di Camargo,Luciano e mais uma penca de filhos.


A trilha sonora feita por Caetano Veloso,com lindas vozes de Ney Matogrosso e Maria Betânia cantando sucessos da dupla.Sim,você vai ouvir "É o amor",primeiro sucesso da dupla.O filme foi recém escolhido entre 12 filmes para tentar uma indicação na categoria Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2006.Mas na minha opinião não será indicado,graças ao seu resultado nas bilheterias,até agora mais de 3 milhões de telespectadores.

25.9.05

Run,Forrest,run !

Depois de dias sem postar uma crítica,não postarei agora !

To começando a maratona de "estudos" pra Fuvest.
"Estudos" entre aspas pq só estou estudando matemática e física,as duas que mais preciso !
Vou começar a ler a listinha da Fuvest,também...
Vou prestar pra Audiovisual...milhares de candidatos,para 35 vagas...

Hj fiz o Enem...
Fui péssimo,que vergonha !
Das 63 questões,acertei 30...
Fora a redação,que só teve recheio de linguiça...

Pra onde vou meu deus ?
Deus ?
Rárárá !
Deus é Murphy e Murphy é deus !

Pondo a cruel intervenção divina pro lado...
Estou sem ver filmes,nunca pensei que isso ia acontecer...e olha que ganhei uma coleção da Videoteca Caras com alguns filmes da Folha tbm...com clássicos e dois filmes de Polanski.
Não vi nada !

Seminários na escola,não to entendendo nada em Web Design e to viajando nas aulas de Espanhol.
Minha vida virtual não existe mais,quase não entro no msn e esqueci do orkut...

Estou perdido,correndo,a cada dia mais humano...desprovido da imaginação...
Estou indo dormir cedo td dia,olhando sempre pra frente,não quero isso.

Se tem uma coisa que tá tudo bem,é o bom e velho rock 'n' roll.
To escutando mta coisa boa e contando nos dedos os dias que faltam pro show dos Rolling Stones em Copacabana...
Muito difícil "deu" ir mas eu vou !

Té mais...

2.9.05

A Fantástica Fábrica de Chocolate

Tim Burton
recria
fantásticamente
todo o universo
do clássico
de 70 !


A história você já conhece da Sessão da Tarde :
Willy Wonka,dono da fantástica fábrica de chocolate,monta um concurso
para que 5 crianças visitem suas instalações.Charlie Bucket,um
garotinho pobre consegue o último bilhete dourado.Junto com mais 4 crianças
e mais seu avô eles fazem um tour,com direito a comer e se deliciar com tudo.



Tim Burton (um dos meus favoritos) dirige essa obra fantástica
(literalmente) e se aproveita mais do livro original do que foi feito com o
filme antecessor.Todas as marcas de Burton estão lá : desde o
estilo andrógino e gótico de Willy Wonka a cores maravilhosas
e imaginação surreal.



Johnny Depp está muito engraçado e a vontade
como um Willy Wonka,que diferente do original,odeia as crianças e testa
uma por uma,sempre brigando com elas.Agora quem interpreta Charlie é
Freddie Highmore,que já havia feito parceria com Depp
em Em Busca da Terra do Nunca,que esbanja talento e simpátia,fazendo
um Charlie nada piegas.
Assim como em Peixe Grande,Burton repete o relacionamento paterno com
mais intensidade,usando como uma sub-trama,originando no isolamento de Wonka
em sua fábrica.



O que também mostra,é a origem dos Oompas-Loompas,os chatos anõezinhos
verdes da versão original,que conseguiram enterrar suas chatas canções
dentro de nossas cabeças por décadas.E dessa vez,são substituídos
por Deep Roy,que interpreta todos,cantando músicas alegres
e divertidas,impossível não escolher sua parte musical preferida.Para
fazer os Oompas-Loompas,eles usaram o mesmo recurso que foi feito em O Senhor
dos Anéis
,que diminuia o tamanho dos Hobbits.



A fotografia está perfeita,utilizando cenários digitais e escuros
fora da fábrica, e cenários verdadeiros e coloridos por dentro.Até
o rio de chocolate é feito de chocolate,e não água escura,como
no original.
Danny Elfman compôs a trilha sonora,que está maravilhosa,compondo
(e cantando) até as canções dos Oompa-Loompas.
Tim Burton recriou totalmente a fábrica anterior,deixando essa nova versão mais original que seu antecessor.


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