28.11.13

24.11.13

Sempre vi tudo de muito longe. Quero chegar mais perto.

22.11.13

Quando o sol entra no seu signo

Esta é a primavera mais estranha que já vivi. Hoje o céu está cinzento e uma chuva fraca vinda de nuvens esparsas enfeitam o dia. O tempo, antes rápido demais, agora passa lentamente nessa ansiedade que é te esperar. Prova da ilusão temporal que se vive todo dia. O calor vem brigando com o frio e nenhum dos dois conseguem sobreviver mais de dois dias. Porém, quem perde são as flores que acordam geladas e molhadas e morrem secas e esfareladas no chão de asfalto numa rotina diária e sem fim aparente. E nascem e morrem sozinhas. São flores individuais. Não mais fazem parte de um arranjo natural. O vento não se movimenta para mudar os ares. Resolveu ficar parado em todos os lugares. É apenas ar. As folhas marrons sem contraste são tapetes para um jardim triste de gramas miseráveis. A impressão que fica é que o verde não acredita mais em si mesmo. A cidade está mais cinza do que nunca e os prédios nem sombra mais querem fazer em dias que a luz do sol rasga as nuvens gigantes que cobrem a cidade. Durante a noite, mais escura e abafada do que nunca, as estrelas não querem competir com as luzes teimosas e irritantes que cintilam do asfalto, postes, trânsito e prédios. A lua, com a mesma força do sol, surge diariamente para figurar na escuridão absoluta. Num lugar privilegiado, sozinha. Por isso quando olho para cima vejo um sorriso triste sem olhos. Um rasgo branco amarelado sem brilho num tecido negro. Invisíveis, as nuvens negras fazem sua ronda até a noite clarear. Mas tudo isso já são memórias... já que amanhã começa outra lembrança.

12.11.13

Marcas

Espalho minhas marcas por onde ando. Capturo as marcas de desconhecidos e guardo para sempre na memória virtual do desconhecido e infinito. Hoje me marquei ferozmente. Queria sentir algo. E senti. Está marcado na minha coxa esquerda para nunca me esquecer de que posso sentir algo sempre que eu quiser. Sentir algo físico. Que sangra antes que doa. Marcas de sentimentos. Eles existem. Nunca se esqueça.

11.11.13

Incrédulo e Sonhador

Na aula básica de filosofia e matemática aprendi que negativo com negativo é positivo. Hoje me pergunto como um incrédulo vive uma verdade que ele não acreditava. Como um sonhador vive um sonho e o que acontece quando ele acordar? Hoje rezaram para um incrédulo. Pediram para ele acreditar. Mas não em deus. Talvez em algo maior. Talvez em algo como o amor. Talvez em algo sem nome. Sem significado. Pediram para o solitário não se sentir mais sozinho.

Sou incrédulo e sonhador. Não sei se o resultado desta equação emocional e racional é positivo ou negativo. Se eu olho para dentro de mim ainda vejo a caverna, a escuridão, o silêncio e o nada. Os sons das palavras novas lá de fora ainda não chegam até aqui. Um monstro respira lentamente e perde o sono sentindo o doce nada.

Por que minhas palavras novas soam falsas para mim? Por que não acredito nelas? Será porque eu as nunca disse para alguém? Ou não acredito no que poderia ser verdadeiro? Algo horrível aconteceu: não acredito mais em mim.

7.11.13

Novidades

Estou falando coisas que nunca disse antes. E fazendo também. Já até senti isso antes, mas nunca com uma certa reciprocidade. Engraçada é a sensação de ouvir palavras novas saindo da sua própria boca. E para ouvidos novos. Novas vozes, novidades. Quando fecho os olhos vejo nós dois juntos. Não quero que você seja apenas uma lembrança.

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