26.5.09

Outra Perspectiva

Uma vez me disseram que se eu um dia me ver como os outros me vêem, seria amor a primeira vista. E repetiram isso para mim mais uma vez.

Numa semana onde eu não sabia onde ficar, onde ir, onde posso me encaixar, onde sou aceito, um encontro me animou. Não via essa senhora há quase 5 anos, antes eu não percebia mas hoje sei que eu não era um dos preferidos dela. Pode ser coisa minha, mas em algumas situações eu sentia isso, porém sempre mascarada com uma empatia e hospitalidade generosas, talvez porque eu era um dos poucos amigos de seu filho - acho que mesmo assim não era visto como uma boa companhia. Ou exercia algum tipo de má influencia para o filho. Enfim, encontrei ela na correria e senti que tudo isso mudou. Ficou contente em me ver, em como eu estava bem afeiçoado (é tudo mesmo uma questão de imagem) e lamentou que a mesma correria que nos fez encontrar do nada, havia separado eu de meu amigo. Mais do que tempo, eu diria. Tomamos caminhos diferentes, mas isso é algo que ela não precisa saber (ou acha que não sabe).

Eu que costumo não ligar para os que os outros pensam (ou acho que não ligo), fiquei contente em perceber que alguém ficou feliz em me ver tão bem. Claro isso passou rápido e na mesma tarde já voltava a questionar para que lugar ir e se realmente fazia parte dele.

Em casa já não me sinto a vontade e fora dela começo a perceber que tão pouco me encaixo.

Um amigo me disse coisas legais a meu respeito, e que sim, todos queremos ser aceitos em algum grupo. É verdade. Mas eu ainda não me sinto confortável em nenhum lugar: casa, trabalho novo, lugares onde encontro meus amigos, escola... Nada me satisfaz e eu não sei o que quero.
Oops, acho que uma crise de identidade vem por aí.

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