10.9.07

Eu, amanhã I

Velho, ranzinza, com uma inteligência que não me satisfaz, sozinho.
Teria muitos livros, dois gatos, antigas paixões mal sucedidas, que fizeram os amantes sairem da cidade.
Frequentaria cafés charmosos, teria um ar de orgulho inabalável e de poucos amigos, literalmente.
Imaginaria compromissos para parecer importante, mas num convite qualquer cancelaria os mesmos.
Manipularia colegas de trabalho atrás de uma companhia ao meu nível ou melhor, mais jovem e sensível.
Tirando proveito de uma confiança interesseira, guardando segredos e agindo maldosamente ingênuo.
As pessoas iram confiar em mim parar guardar segredos, mas em quem eu confiaria para guardar os meus ?



"Pessoas como Sheba pensam que sabem o que é ser solitária.
Mas daquela solidão de gota, que dura para sempre, não sabem de nada.
Como é imaginar um fim de semana só para visitar a lavanderia.
Ou permanecer intocada de modo tão crônico que o toque acidental do motorista do ônibus manda
um choque direto para suas entranhas.
Disso, Sheba e pessoas como ela não fazem idéia."

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