23.12.08

Season Finale II

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Do meio do ano pra cá coloquei na minha cabeça que esse foi o ano da dor. Foi o ano em que eu percebi que a única coisa que não tem oposto é a dor. A dor é concreta porque todos sentimos. A dor é um sentimento? A dor é um sentimento físico. Então também posso afirmar que foi um ano repleto de sentimentos, doloridos ou não. Minhas dores começaram onde me sentia mais livre: minha mente. E se alastraram pelos lugares ao meu redor: escola, trabalho e casa, principalmente casa.

No trabalho minha insatisfação, tédio e claustrofobia pela rotina foram brevemente esquecidas por uma paixonite aguda que se somou com um término de medicamentos resultando numa equação de desespero. Adicione uma vida acadêmica sem futuro e uma família tão solitária que me fazia não ter uma visão digna de mim mesmo e do que estava construindo para mim, me fazendo ser. Ser. E foi. A dor física apareceu logo depois, tive alucinações febris encantadoras que me fizeram perceber toda a interessante filosofia da dor.

Não acredito em inferno astral, mas se existisse certamente acabou no dia do meu aniversario, logo pela manhã aconteceu algo que nunca vou esquecer: abraçando minha vó que não lembrava mais da data do meu nascimento, a abracei e chorei tudo que não chorei nesses meses de desespero e dor.

Desse momento em diante, minha vida acadêmica mudou para melhor e não tive tempo de pensar em outras coisas como por exemplo me sentir infeliz. Mas claro, sempre sobrava um tempinho. Em alguns meses aprendi mais do que aprendera nos últimos 2 anos. Fica aqui meu eterno agradecimento pelo mestre.

A situação em casa piora a cada dia que passa e infelizmente sei quando vai terminar porém ironicamente não quero que termine dessa forma, mas é a única forma que pode terminar e vai terminar para todos. A única certeza da vida.

Entregue os trabalhos da escola comecei a desejar feliz ano novo para todos em novembro, pensando que era só esperar um mês e pular de ano facilmente. Mas não. Muita coisa aconteceu nesse mês que acaba agora junto com essa temporada. Voltando das férias, me demitiram. Voltei para casa tomando sorvete, caminhando e cantando junto com uma música. O alívio foi grande e vou deixar para me preocupar (se preocupar) depois de março, depois do show da minha vida.

Nesses últimos 30 dias o empirismo reinou sobre mim. Experências valiosas foram feitas, momentos foram eternizados e aprendi muito mais sobre o que eu sou, como sou e como ajo. Mas ainda não é amor a primeira vista.

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