21.2.11

Body Electric


Recebo seus carinhos com incertezas. Devo retribuir? Está carente? Gosta de mim? Mil dúvidas invadem minha mente, dúvidas ativadas na fricção de seus dedos macios. Fico inerte apesar do corpo elétrico. Estas a afagar um morto apesar de minha face estar levemente corada. Por que suas mãos quentes não conseguem aquecer minhas mãos tão frias há muito tão vazias? Sentimentos a flor da pela exalam, provocam e hipnotizam. Mas minha força é signo falso. Acovardado eu recuo para dentro da caverna inabitável. “E se o corpo não basta completamente tanto quanto a alma?” Ainda não sei se sou miserável por ser sozinho ou se sou sozinho por ser miserável... Não me conheço nada... Chego mais perto e vejo a silhueta de um monstro silencioso.

Um comentário:

Guto Pontes disse...

Tem que ser muito forte para reconhecer que as vezes um carinho é muito dolorido.

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