10.3.11

Quaresma

Muita correria, hard working songs (Jump, da Madonna), siricutico, formigas na cadeira. Acho que não estou produzindo bem na agência. Lá estou no piloto automático, só pensando no lado de fora. Vontade de bater perna, fone sempre no ouvido, músicas sempre altas, pensando no próximo shuffle enquanto respiro coisa nova.

Pesadelos à noite. Hoje de madrugada acordei assustado e vi vultos em cima de mim. Enfiei a cabeça debaixo das cobertas bem depressa. Só queria voltar a dormir. Mas me deparava com o mesmo sonho bizarro: alguém se mutilava em pedaços até sobrar um pedacinho, depois pegava esse pedaço, escondia dentro de um radinho de pilha e passava por uma grade para outra pessoa que estava numa prisão. Lembro que quando acordei achei graça do sonho, depois me surpreendi como eu pude sonhar com algo assim e ainda achar graça. Fiquei com vergonha e depois percebi que eu era uma má pessoa por ter esses tipos de sonhos. Depois fiquei com medo porque vi os fantasmas de março.

Com certeza isso foi porque na manhã passada estava assistindo um programa matutino de entrevistas e uma religiosa que vende livros de simpatia dizia que esse período de quarta-feira de cinzas, quaresma, é um período em que as portas do inferno se abrem e todos os mortos perambulam pelo mundo. Fiquei ouvindo atentamente o discurso da mulher, que tinha um sorriso macabro e uma fala convicta. Dei de ombros com o assunto, mas acho que ficou na minha cabeça. Lembro muito bem de uma frase dela sobre acender velas nesse período: “eles (os espíritos) estão atrás de qualquer luz”.

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