19.9.12

Um dia no Moinho

Eu não sei o motivo porque traí ele. Não existe motivo. Mas foi isso que fez ele atear fogo no meu corpo. Não que eu tivesse merecido, podíamos ter xingado um ao outro ou nos agredido como todo mundo faz. Mas não. Como sempre ele só pensou nele mesmo. Que ideia imbecil de mexer com fogo dentro de um barraco de madeira! Dentro de uma favela! Eu mal levantei assustado e gritando de dor e cai no chão ao me jogar em cima dele. Comecei a rolar no chão inutilmente só para o fogo subir as paredes e chegar ao teto. Quadrado do inferno. As chamas chegaram nos vizinhos ao lado e pude ouvir mais gritos de desespero se juntando aos meus. Foi bem rápido e logo amanheceu.

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