Anteriormente em Season Finale...
E preparado continuei. Preparado para o que, afinal?
Não sei quantas foram as vezes que passei por esse caminho. A rua antes da ponte. Sem faróis para atrasar o percurso e chegar em casa. Penso que tudo é efêmero. Penso em nada e penso no tudo. Penso que tudo significa nada para mim. Me lembro de explicar o caminho para o motorista. Repeti para vários taxistas para entrar na segunda à esquerda, subir e entrar à direita, virar à esquerda, direita e lá na frente pegar a esquerda. Entre a direita e pode ir reto. Na frente daquele mesmo carro à direita pode parar. Um pouco mais pra frente. Naquela placa de "proibido estacionar". O motorista sempre sou eu, mesmo sem ter o volante nas minhas mãos, a direção eu tenho.
Entro e a luz acesa me esperar como sempre. De novo. A mesma luz que não deixa o passarinho engaiolado dormir. A lâmpada que aquece seu pequeno corpo é a mesma que o deixa irritado.
O barulho da porta pesada abrindo não acorda ninguém. Entro e não sei quantas centenas de vezes o vazio me aguardava. Silêncio. Silêncio e sede. Dou a volta, pulo o sofá, acendo mais luzes e vou ao banheiro tirar as lentes. Meus óculos pesados e sujos me esperam também. Entro na caverna, meu mundo. Bebo da minha garrafa d'água. Tiro a roupa da rua e visto minhas roupas claras e confortáveis.
Quantas foram as centenas de vezes que repeti isso? E até quando irei repetir? Talvez mude o local, mas a companhia será a mesma. Eu. Um. Um é o número mais solitário que já existiu. Assim como a lua que não é só bonita, mas muito distante. Tudo que eu vejo retorna para mim de qualquer jeito. E se eu fugir hoje. Do que fugirei amanhã? A espera do que vem calmo e manso. Do fim. Por isso o susto é grande quando ele aparece. Ele segue seu próprio ritmo vivendo na nossa sombra.
Enquanto isso vivo essa noção que mistura verdades e auto-ilusões convenientes. Como uma propaganda. Viver uma banalidade que leva a nenhum significado maior. Algo especial submetido ao genérico. Agora a questão é se há uma estrada que leva para qualquer outro lugar... para qualquer horizonte perdido.
Eles nos disseram para focar no horizonte perdido. Mas nunca nos disseram o que o foco é. Só vejo distorções adiante - um sonho terrível? Não me pergunte por quê. Sei somente que toda esperança começa e termina com um futuro melhor.
Dependendo do problema, a tarefa a ser resolvida é para encontrar qualquer solução (encontrar uma simples solução é o suficiente). Quando encontrar a solução, uma ou mais variáveis são designadas como desconhecidas. Desconhecidas como o coração que do nada começa a bater lentamente a noite deixando minha mente à deriva e imaginando se o tempo se move em diferentes lados.
Somos todos produtos de nossas escolhas e perdas que fazemos. E como todos os produtos, estamos sempre vendendo algo. Seja uma aparência, um caminho, um amor, uma decisão, um ponto de vista, algo que nossas almas feridas e gastas precisam. E essas cicatrizes mais profundas são aquelas que não podemos ver. Nós conquistamos objetivos e mesmo assim nossa vida não parece do jeito que imaginávamos que seria. "Isso é tudo o que existe?" Sim. Pode ser a resposta no final. Nós nunca mudamos, só nos adaptamos, só flutuamos neste rio, neste mesmo caminho de sempre com novidades apáticas que aparecem para apaziguar o desespero: um emprego novo, mais dinheiro, novas amizades. Nós nunca mudamos, só nos adaptamos.
Nós só gostamos dos começos das coisas. Quando nos focamos no começo não precisamos considerar os finais: aqueles do passado e aqueles que ainda virão. Em vez disso, nós dedicamos nossa energia para um potencial futuro desconhecido.
E qual é a previsão para o futuro desconhecido? Não importa o quão fervorosamente você acredite, todo mundo tem que jogar junto... E "você não precisa de um meteorologista para saber qual direção o vento sopra".
Se você fugir hoje, do que fugirá amanhã? Levante-se e abra os olhos para as vidas que tivemos, as vidas que ainda vamos ter. Levante-se e encare um novo dia. Novas ideias. Levante-se e seja um novo você.
Continua...
Só o empirismo e a necessidade salvam! Adaptação. Sempre.
31.12.15
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