30.7.08

Morte e Vida Sertralina VIII

De carona

- Uma pessoa só pode se dar ao prazer de desfrutar de um vício só depois de ter algo na vida.Se uma pessoa não tem nada, tem filho pra criar, um emprego de bosta, nada na vida, não pode se dar ao luxo de ter um vício.
{Falando do ex-namorado, a discussão começou com uma pergunta: vc acha ruim tem namorado beber um copo de cerveja por dia, já que você as vezes fuma cigarro escondido?}

- Mas e se olhando pra essa pessoa que não tem nada que a sociedade mostra para ele que é bom ter, e essa pessoa se sente mal com isso, com essa falta de compromisso que a sociedade tanto cobra ?
{Eu a questionando}

- Não, porque a pessoa que não tem nada é porque não trabalha, não tem pai nem mãe, um exemplo, não tem o direito de ter algo que a reconforte!
{De dando de exemplo: só porque eu tenho mãe e família, moro com eles, não pago aluguel, não tenho problemas maiores que isso, dores maiores que eu não possa desfrutar de um vício, talvez, não rotulando isso com o um vício, como algo amoral?}

- E outra, eu consumo o que consumo, sei de consciência que é ruim, que é horrível, mas tento tirar isso o melhor proveito eu uso isso pra me conectar com Deus, para expandir meus sentidos...
{Outra Voz}

- Vocês estão se inspirando em pessoas próximas a você.Vamos pegar um mendigo como exemplo, que pede esmola (um vício), bebe quando tem dinheiro (um vicio), quando acha drogas não desperdiça, voce acha que essa pessoa não sofre de problemas maiores ? Quem vai lá ajuda-lo a começar a lutar pra ter algo na vida, a se estabelecer ? Você ? Deus ? Ninguém."Um vício justifica tudo."
{Eu, rebatendo}

- Pode me deixar aqui óh, minha casa é essa.
{Eu, saindo do carro, enquanto nos viciávamos}


"E aquele homem, o que ele tem?
Se não ele, então ele não é nada.
Para dizer palavras que ele realmente sinta;
e não palavras de alguém que se ajoelha."

Paul Anka - My Way, eternizada por Sinatra




Ah! As sutilezas do civismo foram substituídas pelo rigor do moralismo. Poderíamos imaginar uma sociedade na qual a prevenção tivesse sido a arma da boa convivência, mas a discriminação exacerbada parece permanecer como regra essencial da manutenção da comunidade.
(O Último Cigarro - Henri-Pierre Jeudy)

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