Anteriormente em Season Finale...
Não há muito o que descrever. O dano está feito. Ela veio calma e silenciosa conforme o esperado.
É o Fim de uma totalidade.
Qual o valor de uma ausência e o peso de uma presença? Vai demorar até que eu possa sorrir de forma sincera novamente. Somente a melancolia permite a aceitação da morte e a continuidade da vida.
Enquanto espero que tudo isso termine logo percebo que na maioria das vezes não sou inerte aos acontecimento. Ao contrário, na maior parte do tempo sou selvagem. Apenas respiro. As coisas vão mudar, mas sempre via alguma violência. A violência do tempo, muitas vezes. Contamos ansiosos pelos dias da liberdade. A expansão do concreto e da fumaça oferece uma infinita expansão da decadência enquanto esperamos. É opressor, é alienante. Ameaçador, sadístico e eu quero tudo isso. O dano está feito.
Ando pelas ruas lotadas de um centro de cidade.
Reparo que as pessoas parecem com a minha alma e com a palavra "melancolia".
Às vezes podemos ouvir a vibração da luz. Como um barulho de repente no meio da alienação.
Nós todos lutamos, amamos, trepamos, rimos, choramos e na maioria das vezes estes intensos momentos ou pensamentos ou emoções acontecem no mais banais dos lugares.
Somos as vítimas da fatalidade, não há esperança para nenhum de nós, mas se existir, ainda que nos deixe dar um último grito, um terrível uivo de agonia, um berro desafiador, apenas talvez um choro numa batalha. Chega de sofrer. Deixem os mortos enterrarem os mortos. E nós, os vivos, vamos dançar para celebrar uma última e agonizante dança, porém uma dança verdadeira.
Se alguém disse alguma coisa, desculpe. Não ouvi direito. Não tenho a mínima ideia para onde estou indo, mas eu sei que não está acontecendo pela última vez. Todas as noções dos meus movimentos são incertos. Nesta temporada eu passei pelo desconhecido novamente. Todas as pessoas alcançaram sinais de enigmas. Se eu alguma vez fiquei preocupado em me entregar à insanidade, foi aqui e agora. A imersão nos estigmas, nos objetos, nas visões... eu preciso disso. Nós precisamos e eu quero muito isso. Se eu em breve perder o controle, vou definitivamente ter a esperança em continuar a sorrir com meus fones de ouvido, como bêbados ou os idiotas. A ficção é a única saída.
Não resta nada. Agora quero pelo inesperado. Espero por algo que eu nunca vi antes.
Contra o progresso, a perenidade.
Contra a abstração, o concreto.
Contra a revolução, a tradição.
Contra a política, a metafísica.
Contra a natureza, uma estética.
Contra o igualitarismo, a hierarquização.
Contra fantasmas, os espectros.
Contra o ceticismo, a fé.
Contra a arquitetura, a música.
Contra a visão, a fotografia.
Contra a morte, a vida.
Continua...
Só o empirismo e a necessidade salvam! Adaptação. Sempre.
29.12.16
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Anteriormente
-
►
2004
(60)
- ► março 2004 (4)
- ► abril 2004 (8)
- ► junho 2004 (5)
- ► julho 2004 (4)
- ► agosto 2004 (5)
- ► setembro 2004 (4)
- ► outubro 2004 (4)
- ► novembro 2004 (10)
- ► dezembro 2004 (9)
-
►
2005
(50)
- ► janeiro 2005 (3)
- ► fevereiro 2005 (8)
- ► março 2005 (4)
- ► abril 2005 (5)
- ► junho 2005 (4)
- ► julho 2005 (3)
- ► agosto 2005 (4)
- ► setembro 2005 (3)
- ► outubro 2005 (3)
- ► novembro 2005 (2)
- ► dezembro 2005 (5)
-
►
2006
(40)
- ► janeiro 2006 (3)
- ► fevereiro 2006 (3)
- ► março 2006 (5)
- ► abril 2006 (2)
- ► junho 2006 (3)
- ► julho 2006 (3)
- ► agosto 2006 (4)
- ► setembro 2006 (5)
- ► outubro 2006 (2)
- ► novembro 2006 (4)
- ► dezembro 2006 (2)
-
►
2007
(45)
- ► janeiro 2007 (4)
- ► fevereiro 2007 (6)
- ► março 2007 (2)
- ► abril 2007 (4)
- ► junho 2007 (3)
- ► julho 2007 (4)
- ► agosto 2007 (6)
- ► setembro 2007 (3)
- ► outubro 2007 (1)
- ► novembro 2007 (3)
- ► dezembro 2007 (2)
-
►
2008
(36)
- ► janeiro 2008 (3)
- ► fevereiro 2008 (3)
- ► março 2008 (7)
- ► abril 2008 (4)
- ► junho 2008 (3)
- ► julho 2008 (3)
- ► agosto 2008 (2)
- ► setembro 2008 (2)
- ► novembro 2008 (2)
- ► dezembro 2008 (3)
-
►
2009
(31)
- ► janeiro 2009 (6)
- ► fevereiro 2009 (8)
- ► março 2009 (2)
- ► abril 2009 (3)
- ► junho 2009 (1)
- ► julho 2009 (1)
- ► agosto 2009 (2)
- ► setembro 2009 (1)
- ► novembro 2009 (4)
- ► dezembro 2009 (2)
-
►
2010
(12)
- ► janeiro 2010 (1)
- ► fevereiro 2010 (2)
- ► março 2010 (3)
- ► abril 2010 (1)
- ► junho 2010 (1)
- ► julho 2010 (2)
- ► novembro 2010 (1)
- ► dezembro 2010 (1)
-
►
2011
(13)
- ► janeiro 2011 (1)
- ► fevereiro 2011 (3)
- ► março 2011 (2)
- ► junho 2011 (1)
- ► julho 2011 (1)
- ► novembro 2011 (1)
- ► dezembro 2011 (2)
-
►
2012
(23)
- ► janeiro 2012 (2)
- ► fevereiro 2012 (2)
- ► março 2012 (2)
- ► junho 2012 (2)
- ► julho 2012 (1)
- ► agosto 2012 (3)
- ► setembro 2012 (3)
- ► outubro 2012 (1)
- ► novembro 2012 (2)
- ► dezembro 2012 (2)
-
►
2013
(24)
- ► janeiro 2013 (1)
- ► março 2013 (5)
- ► abril 2013 (4)
- ► junho 2013 (4)
- ► agosto 2013 (1)
- ► setembro 2013 (1)
- ► novembro 2013 (6)
- ► dezembro 2013 (2)
-
►
2014
(12)
- ► janeiro 2014 (2)
- ► fevereiro 2014 (2)
- ► março 2014 (2)
- ► abril 2014 (1)
- ► junho 2014 (3)
- ► julho 2014 (1)
- ► dezembro 2014 (1)
-
►
2015
(3)
- ► janeiro 2015 (1)
- ► dezembro 2015 (1)
-
▼
2016
(5)
- ► janeiro 2016 (1)
- ► setembro 2016 (2)
-
►
2017
(3)
- ► julho 2017 (1)
- ► agosto 2017 (1)
- ► dezembro 2017 (1)
-
►
2018
(3)
- ► fevereiro 2018 (1)
- ► outubro 2018 (1)
- ► dezembro 2018 (1)
-
►
2019
(12)
- ► março 2019 (3)
- ► abril 2019 (1)
- ► junho 2019 (2)
- ► agosto 2019 (1)
- ► dezembro 2019 (2)
-
►
2020
(1)
- ► dezembro 2020 (1)
-
►
2021
(1)
- ► setembro 2021 (1)
-
►
2022
(1)
- ► julho 2022 (1)
-
►
2023
(2)
- ► junho 2023 (1)
- ► agosto 2023 (1)
-
►
2024
(1)
- ► fevereiro 2024 (1)
Nenhum comentário:
Postar um comentário