31.12.20

Season Finale XIV

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Como sabemos que o fim chegou?
É o aviso de uma doença terminal? Quanto tempo temos?
Essa é a beleza do fim. Sua surpresa. Vêm sem aviso. "O começo do fim". Isso não existe.

Se na temporada anterior eu saí de uma caverna escura e claustrofóbica para perder a conta de quantas estrelas existem e existiram, neste ano eu fitei o infinito - em sua beleza cósmica.


O infinito finito. Não temos noção de sua grandeza, seu fim, seu começo. Que belo paradoxo. Mas sabemos que terá um fim pois a expansão termina assim. Mas não estaremos aqui. Nem eu, nem você, nenhum ser humano. Um final sem testemunhas. Como é hoje. Sabemos apenas do fim. Que ele vem. De resto, nada sabemos. Escuridão e nada. Universo. Espaço. Sem calor, sem energia. Sem testemunhas. Portanto, já estamos finalizados. Já estamos no fim. Cada um em seu particular derradeiro último suspiro sem aviso.


Foi uma temporada de muitos fins - cada indivíduo experimentando o seu próprio de alguma forma. Com surpresa e sem aviso, muitos terminaram. E eu, novamente, na companhia de um final. Uma amizade que agora só existe comigo e de quem permanece como testemunha. Evaporando de existência à lembrança em questão de segundos. O tempo necessário para finalizar. É assim que termina? Foi assim que terminou.


Eu sei que terminou. Mas ao mesmo tempo, reluto e duvido. Ainda nos imagino tomando um café charmoso na entrada de um museu. Compartilhando momentos e registrando-os em RGB. Depois você me pediria este registro em preto e branco. Eu gostaria que você estivesse por aqui. Gostaria de contar com sua presença a uma mensagem em áudio de distância.


Ficaram as lembranças, a memória, os aprendizados e as outras amizades que conectamos durante um breve espaço de tempo. Nossas coleções compartilhadas, nossos laços invisíveis, nossas risadas descontroladas, nossas autodestruições, nossos venenos, nossos pensamentos freaks, mas com amor. Sempre com amor. O seu amor, terminou. Eu sei que terminou. Mas o meu amor por você estará comigo até o meu fim.

Não foi uma temporada com finais apenas. Um começo novo foi fundamental. Um novo amor compartilhado. Leve e intenso. Divertido, despretensioso. Novos sorrisos.


E eu me renovei. E de novo, voltando a mim mesmo. E de novo, estava perto de mim, só eu não enxergava. Dessas coisas irônicas da vida. Uma parte de mim, aquela esquecida, se renovou. Outras, claro, se mantêm firmes. O objetivo continua o mesmo – não fazer mal a ninguém. O sonho de ter uma alma livre de apegos desnecessários também. O foco, a caridade e o aprendizado. Contudo, o desejo agora é estar dentro de um abraço. O sentimento se renovou de tal forma, que a leveza é insustentável.


Continua…


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